Pedro Rodrigues é um empregado de mesa da aldeia de Formil, Bragança, mas nesta época do ano, dedica-se à decoração das abóboras que semeia nos seus terrenos.
Os frutos são esculpidos, decorados e iluminados com velas no interior, acabando em quase todos os bares do concelho, na Noite das Bruxas (de ontem para hoje).
E tudo começou por acaso. "Houve um ano em que tive abundância de abóboras e resolvi fazer desenhos dedicados ao Halloween, em dois locais na cidade.
Desde aí, não tenho mãos a medir", diz ao CM.
Há cinco anos, o homem de 42 anos estava a dar os primeiros passos na arte de ‘carving’ (escultura em frutas e legumes), mas tinha um problema - faltava-lhe material para praticar. Resolveu então encher os campos com produtos que pudesse cultivar, de forma a gastar menos dinheiro nestes treinos.
O que começou numa formação para complementar o trabalho no ramo da hotelaria, transformou-se num negócio. Durante o resto do ano, dedilha melões, melancias e outras frutas - na maioria para casamentos. E aí tudo tem que ser perfeito.
Mas nas abóboras, confessa, além de aproveitar para dar asas à imaginação, não está preocupado com a precisão: "É um pouco o vale-tudo. Pode ir torto. Quanto mais feio, melhor. Pode também ser engraçado", explica. Em Formil, os idosos acham a transformação engraçada. Passam, curiosos, no quintal. Os mais novos, entram. Querem ver, mexer e ajudar.
Como o vizinho Gabriel. "Talvez um dia possa ajudar na parte da produção", brinca o escultor, que diz ter nas crianças "um controlo de qualidade". "Elas dão espaço ao imaginário", conclui.
Tânia Reis
Correio da Manhã
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