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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Caminho do Templo

O Caminho do Templo conjuga a paisagem natural com o património artístico. Neste itinerário que liga Romeu, Macedo de Cavaleiros e Castelãos uma Estrada Real e vales a perder de vista conduzem-nos através de aldeias de casas seculares até à Igreja de São Cristovão, onde um cavaleiro de Malta, para retribuir uma graça, se fez retratar no retábulo que decora o altar-mor. No seu estilo ingénuo as pinturas deste retábulo lembram um contexto histórico e cultural com características comuns a outras regiões da Europa do Sul.
Alminha em Cernadela
Na Idade Média era habitual a circulação religiosa, de aldeia em aldeia, para visitar e venerar os locais sagrados de relíquias ou de milagres. Estes santuários estavam associados a pequenos circuitos de peregrinação integrando o longo caminho de Santiago de Compostela.

Aldeia do Romeu, em Mirandela é o ponto de saída e seguimos a estrada que nos leva ao cruzamento de Vimeiro e Cortiços, um percurso pela Estrada Real onde a paisagem se divide entre a Serra de Pinhovelo e a Serra de Ala, uma boa altura para tirarmos a máquina fotográfica da mochila.

Continuamos a caminhar e atravessamos a Ugeira, segundo os mais antigos era um vale muito fértil que esconde vários vestígios do período romano.

Ponte medieval de Cernadela
Ao passar pelo vale de Ugeira avista-se Cernadela, entre esta localidade e a estrada que leva a Cortiços passamos pela Ponte Medieval de Cernadela. Esta que foi durante vários séculos, um local de passagem obrigatória para quem precisasse de atravessar a Ribeira de Caravalhais.

Depois de fotografarmos esta ponte medieval rumamos a Cortiços que nos oferece vários pontos de atracção, mantendo um conjunto de casas bem preservadas, de feição medieval. Uma terra que era de fidalgos e que ainda conserva três casas solarengas dos séculos XVIII e XIX.

Por Cortiços podemos também ver algum património religioso: a Capela de Santo António, construída no século XVII, distingue-se pelas suas  gárgulas peculiares.  Também desperta a nossa atenção o relógio de sol da Igreja de São Nicolau, esta datada de 1574.

Núcleo Museológico da Rota do azeite
Paragem obrigatória em Cortiços no Núcleo Museológico do Azeite que está instalado num antigo lagar em xisto e granito, que deixou de laborar em em 1953 e foi recuperado em 2005.

Pertence à Família de Sá Miranda Patrício e faz parte da Rota do Azeite de Trás-os-Montes.  Aqui uma boa oportunidade para conhecermos um pouco da história da região entrando em contacto com o mundo do azeite e a história da antiga Vila dos Cortiços .

Direcção a Carrapatas
Vale a pena parar no vale que atravessa a ribeira de Carvalhais, uma paisagem admirável que apetece percorrer a pé ou os mais ousados a cavalo. Mas continuemos pela antiga Estrada Real, que ligava Cortiços a Macedo de Cavaleiros, hoje Estrada Nacional. Depois deste percurso a pé até Carrapatas, paramos para comprar alguns produtos regionais directamente ao produtor na Casa de Exposição e Venda dos Produtos da Terra e Artesanato. Compras feitas seguimos para Macedo de Cavaleiros.

Igreja de São Pedro em Macedo de Cavaleiros
Erguida no século XVII é célebre pelas suas capelas muito diferentes, mas todas ostentam uma minúcia decorativa cheia de pequenas e grandes histórias que o olhar atento revelará. Depois da visita à Igreja de São Pedro aproveitamos para conhecer alguma gastronomia local cujas tradições remontam a tempos ancestrais.

Os cavaleiros imortalizados no nome da cidade constituíram um grupo fechado por Marfim Gonçalves de Macedo, que heroicamente combateu ao lado de D. João I em Aljubarrota, a 14 de Agosto de 1385. De recordar que o maior protagonista desta batalha foi D. Nuno Álvares Pereira, Condestável do Reino escolhido pelo Mestre de Avis em 1384, tinha uma relação muito próxima com a Ordem de São João do Hospital. Álvaro Gonçalves Pereira, seu pai, foi o primeiro Prior do Crato, título do Superior da Ordem dos Hospitalários em Portugal. Sabemos que Nuno Álvares Pereira também andou por estas paragens.

Castelãos
Vamos pela estrada antiga até à aldeia de Castelãos, atravessamos o vale onde se acantonaram as tropas dirigidas pelo Condestável do Reino no passado. Chegados à aldeia conseguimos distinguir pelas qualidades arquitetónicas o Solar do visconde da Paradinha e a Igreja de Nossa Senhora da Assunção, do século XVI. Por cima da entrada lateral, um nicho acolhe uma imagem de Santa Maria cujas características estéticas, medievais são anteriores às do período de construção da igreja.

Terminamos aqui o nosso passeio pelo Caminho do Templo da Rota dos Cavaleiros de Malta. Aos mais corajosos deixamos o desafio de percorrer mais cerca de sete quilómetros a pé pela serra e ir até Malta. Este percurso oferece uma paisagem magnifica, através da qual não será didicíl experimentarmos uma viagem no tempo, quando se cruzavam aqueles caminhos para ir a feiras, mercados ou participar em romarias. Na próxima edição voltamos a mergulhar na história da Ordem dos Cavaleiros de Malta à descoberta de vestígios da sua presença na região transmontana.

Revista Raízes

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