Bragança recebe este sábado a primeira marcha de orgulho LGBT. O evento tem sido alvo de discussão na cidade. A reportagem da TSF foi ouvir o que pensam os habitantes.
Realiza-se esta tarde a primeira marcha de orgulho LGBTIQ (Gays, Lésbicas, Bissexuais, transgéneros e simpatizantes) em Bragança. O evento, anunciado nas redes sociais há cerca de um mês, tem sido alvo de alguma discussão na cidade. A grande maioria ouvida pela TSF diz que o mais importante é o respeito e que as marchas são dispensáveis.
Orlando Lopes é comerciante. Tem 82 anos e salienta que as marchas são "uso e costume" em todos os sítios e que "não podemos condenar os que não são iguais a nós".
Luís Gonçalves é tatuador há seis anos. Diz que as manifestações de orgulho são dispensáveis para quem quer que seja. " Nem marchas para gays nem para heterossexuais porque cada um tem que ser o que quer."
Luís Trigo é o mais novo barbeiro de Bragança. Gente nova é o que não falta no moderno salão. Diz que se tem falado muito do tema. " Sim, tem-se falado muito e confesso que há mais gente contra do que a favor, mesmo os mais novos. Ainda há muita gente com mente fechada".
Com mente fechada ou aberta, "o importante é o respeito, sem rótulos", diz Conceição Gomes, aposentada do serviço nacional de saúde. " Temos é que respeitar a vontade de cada um, ou a orientação sexual de cada um. Não precisamos andar aí com letreiros. A marcha que a façam mas acho que não há necessidade disto. Nem aqui nem na China. Não há necessidade de os heterossexuais, os ateus, ou outros de andar a gritar aos sete ventos que somos isto ou aquilo. Cada um é como é!"
Muito semelhante é a opinião de Luís Rodrigues, agente funerário. "Se querem fazer a marcha que a façam mas deviam ser mais como nós, os heterossexuais. Não deviam mostra-se tanto. Deviam ser mais normais sem marchas porque todo o mundo deve respeitar a ideia de cada um".
Mais contundente é Júlio de Carvalho. O advogado diz que Bragança não precisa de provocações de gente subdesenvolvida. " É a teoria de quem é subdesenvolvido e que não conhece Bragança e que pensa que isto fica lá no fim do mundo. Bragança é a cidade portuguesa mais perto do mais importante centro cultural do mundo que é Paris. Portanto não precisamos cá dessa gente a provocar-nos. A manifestação que se faça. Eu sou indiferente a isso. Cada um segue o seu caminho e eu sigo o meu."
A marcha de orgulho LGBT está marcada para as três da tarde e vai percorrer a cidade duma ponta à outra.
Afonso de Sousa
TSF
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