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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Único palheteiro de gaitas de foles é mirandês

Um artesão de Sendim, concelho de Miranda do Douro é o único construtor de palhetas no País, destinadas em exclusivo às tradicionais gaitas de foles mirandesas, instrumentos de sopro caracterizados pelo seu som peculiar. A Raízes visitou o seu ateliê e foi saber mais sobre este ofício.
Henrique de Jesus Fernandes constrói cerca de mil palhetas por ano e é o único em Portugal. Palhetas e palhões para gaitas de foles mirandesas bem como outros modelos usuais são a sua arte. Natural de Sendim (Miranda do Douro) é descendente da família mais antiga de gaiteiros tradicionais da Terra de Miranda, vai já na sua quinta geração e sempre fiel às técnicas de digitação desenvolvidas pelos seus antecedentes.

É professor de gaita de foles e divide o seu dia-a-dia por Sendim e Vila Real, para tal decidiu criar um ateliê móvel para se dedicar à construção de palhetas. “Não é um ateliê propriamente dito como estamos habituados a ver, ele é móvel porque os equipamentos e ferramentas usados são de tamanho relativamente pequeno”. Aproveita a noite para se dedicar a esta paixão e deixa para os fins-de-semana a parte da calibragem que é mais minuciosa.

E de que são feitas estas palhetas?
 A matéria-prima é de cana do reino Arundo donax que vem de plantações da zona de Barcelona ou do sul de França.

Henrique Fernandes faz cerca de mil palhetas por ano e explica que a construção das palhetas tem várias etapas. “Um dia cortar o tubo em quatro, a seguir goivar  a cana e assim sucessivamente até chegar ao produto final. Por último a calibragem da palheta para depois tocar”, refere o artesão e acrescenta que é “um trabalho minucioso e bastante complexo principalmente a sua finalização é extremamente exigente”.

Apaixonado por gaitas de fole desde criança
 É um apaixonado por gaitas de foles desde criança, bisneto e neto de gaiteiros em adolescente todos lhe chamavam “o gaiteiro”. Começou por tocar flauta aos 19 anos e foi já com 25 que comprou a primeira gaita de foles ao Ti Ângelo Arribas, conhecido gaiteiro mirandês. Com o sentido de saber mais sobre teoria musical e de instrumento, fez formação académica: curso de flauta transversal (o que mais se adequava ao estudo da gaita), no Conservatório de Vila Real.

Em relação à construção de palhetas aprendeu algumas noções mais básicas com familiares e foi em Espanha que fez alguns cursos intensivos sobre a construção das mesmas.

É também fundador do Grupo Tradicional Mirandês – Lenga Lenga – Gaiteiros de Sendim. Único palheteiro para gaitas de foles existente no País é transmontano, em Espanha haverá cerca de 10, o artesão diz que é uma “arte que exige como todas tempo mas acima de tudo paixão”.

Henrique Fernandes gostava de ensinar esta arte para partilhar dúvidas na sua confecção e assim preservar todo o estudo desenvolvido em volta deste pequeno artefacto que faz viver a gaita de foles.

Revista Raízes

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