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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

VALE DE GOUVINHAS - Freguesias do Concelho de Mirandela

VALE DE GOUVINHAS
A cerca de 20 km para NNO de Mirandela, encontramos uma freguesia deste concelho, com o nome de Vale de Gouvinhas. Está na margem direita do Rio Tuela, a 12 km de Torre de D. Chama. O seu repovoamento data, pelo menos, do século XII, na Terra de Ledra. Só o lugar de Vale Maior tem referências documentais antigas remontando ao século XII. A Instituição paroquial é do século XV. Todos os seus lugares foram da vasta paróquia de S. Mamede de Guide. 
O orago é Santo André. Nas Inquirições de D. Dinis (em 1290) refere se o repovoamento de Vale Maior que havia sido dos Bragançãos. Fez parte do antigo concelho de Torre de D. Chama, até à extinção deste em 24 10 1855, passando, nessa data, ao de Mirandela. Foram lhe anexadas as seguintes Paróquias: Valbom Pitez, Vale Maior e Quintas, que já foram extintas. No entanto, estas aldeias, administrativamente, ainda continuam a pertencer à Junta de Freguesia de Vale Gouvinhas. Todos estes lugares, originariamente foram da vasta Paróquia inicial de S. Mamede de Guide. Por isso são criações paroquiais daquela abadia, posteriores ao século XV Quando o concelho da Torre foi extinto, aqueles lugares já não eram freguesias. Em 1863 é instalada ali uma máquina de destilação de vinhos. A 19 de Julho de 1901 passou a contar com escola primária.
No censo de 1950 a freguesia de Vale de Gouvinhas tinha 942 habitantes, dos quais 477 eram do sexo masculino e 465 do feminino. Na década seguinte havia lá 2 barbeiros, 1 ferrador, 3 camionetes, 3 ferreiros, 3 mercearias, 7 lavradores/agricultores, 2 professores. Em 1991 lá residiam 515 pessoas. E, em 2001 a freguesia tinha 380, sendo 180 do sexo masculino. Esta população inclui as aldeias de Vale de Gouvinhas, Valbom Pitez e Vale Maior, e ainda as Quintas. Todas elas têm como base os trabalhos do campo, com produções abundantes de figos, azeite, vinho, hortaliças e batatas, feijão e frutas diversas, nomeadamente a maçã, pêra e cereja. As técnicas de cultivo ainda são as mesmas de gerações anteriores, embora haja alguma mecanização.
Quanto à pecuária, usam os muares nos trabalhos do campo, e existem alguns rebanhos. De resto, podemos verificar a existência de 1 barbeiro, 1 tanoeiro que faz grades, charruas, arados e às vezes pipos em madeira. Como 1 serralheiro, 1 fabricante de foles, 3 negociantes, 2 pedreiros, 1 sapateiro, muitos trolhas e camponeses, e também uma forneiro com Forno de Cozer o Pão. A nível industrial, reduz se praticamente a uma fábrica de blocos, junto ao entroncamento da estrada da Bouça. Bem como um lagar de azeite, e muitos de vinho, mas particulares. Tem 2 cafés/comércios e uma loja onde se vende um pouco de tudo. À chegada à povoação de Vale de Gouvinhas, deparamos logo com duas habitações rurais em granito tipicamente transmontanas. Uma delas tem na pedra da janela a seguinte inscrição: D iiiDCCCLi (sic).
Logo a seguir, curvando se à esquerda, junto de uma casa apalaçada com a data de 1888, entra se na Rua do Adro que vai ter ao Largo da Fonte e dá seguimento para a outra saída da terra. A meio da pequena rua, está a Igreja. Esta, envolta pelo casario, é simples mas toda em  cantaria renovada e campanário central com 2 sinos. Dá se a volta à Igreja e percorre se o aglomerado de casas. Se quisermos ir para nascente, vamos em direcção a Vale Maior. Do conjunto da aldeia, retiramos alguns pormenores interessantes. A Fonte Nova, tapada e a seguir à Igreja, tem um arco redondo de pedra. Aliás, o mesmo tipo que tem a Fonte do Prado.
Vários fontanários e a Capela de Santo André com seu largo. Mas, é no Largo do Santo António que habitualmente se encontram e reúnem as suas gentes nos tempos livres. Neste Largo, o povo diz que havia uma Capela ao Santo António, há muito desaparecida. Tem distribuição de água, esgotos, posto médico, escuteiros, Casa da Junta de Freguesia, recipientes do lixo e campo de futebol e lavadouros junto da Fonte do Prado. O cemitério fica a nascente.
Acrescente se que, ao ir para Valbom Pitez, fica, à esquerda, a Escola primária, e à direita uma pequena elevação com o nome de Monte da Senhora do Rosário. Ali está uma capelinha àquela Santa, com Coreto, e espaço alargado com sombra de árvores frondosas para a Festa de 15 de Agosto, aliás muito concorrida.
Valbom Pitez fica na estrada que de Vale de Gouvinhas segue ao Cruzamento da Bouça quase directamente, e saindo pela via a norte . É um agrupado de cerca de meia centena de habitações. Quer entre as duas povoações, quer para a Bouça, as casas vão surgindo bem perto umas das outras, dando ideia de uma povoação enorme, no seu conjunto. O xisto das suas casas rurais com largas varandas em madeira denotando algum abandono predomina nesse quadro natural humanizado.
Quintas é uma aldeia anexa que tem cerca de 25 a 30 casas dispõem se junto da Capela.
Ambiente profundamente rural, não deixa de ser agradável fazer lhe uma visita e contemplar todo aquele planalto, vales e montanhas circundantes, ou as suas hortas bem arranjadas. Ou então ir à Festa do Espírito Santo, que no ano de 1996 calhou dia 26 de Maio. Vale Maior é outra povoação mesmo junto da sede de freguesia, para nordeste, onde se pode admirar a natureza e a mão do homem numa harmonia encantadora.

In III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte.

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