Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Os “recasados” não estão excomungados. “Eles são Igreja”

“Classificar entre regular e irregular não é justo, em relação às inúmeras situações das famílias”, refere o Bispo de Bragança Miranda, na sua Nota Pastoral “A alegria e a fragilidade do Amor no Matrimónio e na Família”, onde dá orientações para uma “maior integração na Igreja dos divorciados a viver em nova união”.
O bispo da Diocese de Bragança-Miranda acaba de publicar uma nota pastoral intitulada “A alegria e a fragilidade do Amor no Matrimónio e na Família”. O documento estabelece orientações com vista a uma maior integração eclesial dos cristãos divorciados a viver em nova união.

No fundo, trata-se de uma “aplicação do capítulo VIII” da Exortação Apostólica Pós-Sinodal do Papa Francisco “Amoris Laetitia”, publicada em 2016, em que é proposto um caminho de “discernimento” para os católicos divorciados que voltaram a casar civilmente, sublinhando que não existe uma solução única para estas situações.

“O Papa não faz a catalogação das famílias, mas apresenta o ideal cristão da família. Francisco não cai no esquema demasiado simples da classificação entre regular e irregular, porque este tipo de catalogação não é justo em relação às inúmeras situações das famílias. A terapia que Francisco apresenta é: acompanhar, discernir e integrar a fragilidade”, escreve D. José Cordeiro.

O bispo de Bragança-Miranda destaca ainda que a exortação apostólica “Amoris Laetitia” propõe “cuidar”, sobretudo, de “quatro pontos mais urgentes” quanto ao matrimónio que são a “preparação para o matrimónio, o acompanhamento dos casais jovens, o apoio à família na transmissão da fé e a maior integração eclesial dos divorciados a viver em nova união”.

A nota pastoral oferece uma espécie de guia com orientações concretas e propõe a criação, no âmbito do Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar, de uma equipa interdisciplinar “onde não falte um psicólogo, um jurista, um sacerdote e um ou dois casais com credibilidade testemunhativa”.

A missão desta equipa passa por “monitorizar, com o auxílio dos párocos, os casais em fragilidade, encaminhar para a vigararia judicial os casais que indiciem possível nulidade do sacramento do matrimónio anterior e percorrer um caminho catecumenal de discernimento com aqueles casais que desejarem”.

Em declarações aos jornalistas, o bispo de Bragança-Miranda revela que “só este ano” foram tratados na vigararia judicial, e encaminhados para o estudo conjunto no Tribunal Eclesiástico Interdiocesano, sete situações “que estão a ser cuidadosamente acompanhadas e encaminhadas”.

Igreja tem lugar para todos
“Este acompanhamento que queremos não é apenas dizer que está o serviço disponível, agora venham cá se entenderem. Mas gostaríamos que os párocos e os diáconos e as pessoas consagradas, as equipas pastorais das unidades pastorais ajudassem a esta consciência, cada vez mais profunda da beleza e do amor do matrimónio, porque sabemos também, e felizmente, que no nosso território são mais aqueles que estão casados e que testemunham a beleza e a alegria do matrimónio do que os que vivem em situações de fragilidade, embora esses estejam num aumento significativo”, frisa D. José Cordeiro.

E é importante “dizer a todos esses que Deus os ama e que lhes quer bem e que a Igreja os acolhe e não estão excomungados por isso, mas que têm lugar e eles são Igreja”.

O sacerdote, no entender do bispo transmontano, “deve aparecer como pastor e não como controlador da graça” porque, citando a “Evangelii Gaudium”, do Papa Francisco, “a Igreja não é uma alfândega, mas uma casa paterna, onde há lugar para todos, com a sua vida fatigante”.

O acesso aos sacramentos “é a possibilidade, após o acompanhamento que é feito dos casos que são apontados e depois de uma séria conversão pessoal, espiritual, pastoral e missionária”, explica D. José Cordeiro, salientando que o caminho do discernimento “não acaba necessariamente nos sacramentos”, mas “pode orientar-se para outras formas de uma maior integração na vida da Igreja”.

“Não é de por em saldos as coisas, nem de banalizar o que de mais sagrado e santo nós temos naquelas que são as propostas que se fazem”, alerta o prelado, acrescentando que “não podemos impor a fé, temos que a propor. E são as propostas na relação pessoal, na relação comunitária e o despertar na consciência de todos, também este acolhimento, esta hospitalidade e o exercício autêntico e genuíno da caridade”, para que “não sejam só slogans nem chavões, mas que cada um, consoante a sua responsabilidade, a sua vocação, seja capaz de fazer esta ponte e se sentir sempre discípulo missionário, em comunhão com Cristo e com a Igreja”.

Olímpia Mairos
Rádio Renascença

Sem comentários:

Enviar um comentário