Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."
Há uns pares de anos (Quantos? Não me recordo,) escrevi num jornal local, crónica, abordando o perigo da Internet, para as crianças, e até para adultos.
Dizia, então, que a Internet, sendo autoestrada de conhecimento, é, igualmente, arma branca, de dois gumes. E explicava porquê.
Decorrido semanas, no mesmo local, alguém, comentava, que: era retrógrado, antiquado e castrador, e, quem sabe (?!): fascista – estávamos em época, que fascista, era ofensa tão grave, como ser comunista, nos tempos áureos de Salazar.
Ora decorridos muitos anos, ouço vozes democráticas, recomendar a existência de censura, a sites e blogues, não por razões morais, mas porque está em perigo a democracia.
Na minha modesta opinião, não entendo, que a liberdade, ponha em risco a democracia; já que esta, só é plena, quando há livre direito à expressão, e não cerceada pelos censores.
Compreendo, que até ao presente século, a opinião do cidadão, era formada, principalmente: pelos meios de comunicação social, de grande tiragem, que informavam e formavam, conforme o seu (deles) parecer; e pelos comentadores, de TV e rádio, em mesas redondas e quadradas.
A Internet escancarou as portas da informação. É certo, que muito do que se escreve e se diz, cheira a falso, e é tendencioso; mas também é certo, que o povo, encontra-se muito mais evoluído (leia-se instruído,) para discernir: o falso do verdadeiro.
Países há, em que a mass-media, se identifica com ideologias: religiosas ou políticas; noutros, aparecem neutrais; mas, alguns diretores e redatores, tentam, veladamente, fazerem “ lavagens cerebrais “, impondo ideologias, que gostam ou servem, com notícias “criteriosamente” escolhidas.
A democracia plena, está, agora, na Internet, onde cada um, em total liberdade, expõe, o que pensa e o que quer.
Isso não agrada a muitos, que durante séculos, possuíam o poder de informar e moldar opiniões. Nem a verdadeiras dinastias republicanas, que dominaram, intelectualmente, cidadão comum.
Que é necessário vigiar o que pernicioso aparece na Net, para o espírito, estou de acordo, e também os incitamentos ao ódio e vinganças. Agora, açaimar a voz livre, e cortar, como outrora, com o lápis azul do censor, o pensamento, porque não agrada, como se faz ainda em alguns países, parece-me atentado à liberdade, e querer colocar arreata ao povo.
Deixem-no expressar-se livremente. Deixem-no usarem a Internet, porque, com a liberdade plena, a democracia fica mais adulta e mais democrática.
Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".
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(Henrique Martins)
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