quarta-feira, 17 de abril de 2019

CASAMENTOS


Como antigamente demoravam os namoros, ou porque não havia meios de transporte, pois vinham os namorados só ao domingo a pé ou a cavalo, tudo corria lentamente.
Menos de dois ou três anos, não se realizava o casamento.
As raparigas iam a um silvado. Amarravam uma silva. Prendiam-na na ponta, para engrossar, em forma de arco. Servia para depois enfeitar com flores, verduras, fitas e laços. Iam a casa do noivo buscá-lo com o arco. À saída diziam-lhe loas:


Do tempo de solteira
Não se há-de lembrar,
Pois o senhor fulano
Há-de sabê-la estimar.

A noiva ia para a igreja debaixo do arco, com o padrinho ou o pai. Ia um homem com uma espingarda, que aguardava à saída da igreja o fim da cerimónia. À saída diziam mais loas à noiva:


Aqui tem este raminho
Abanadinho do vento.
Se o queria mais florido,
Casara-se noutro tempo.
Ó senhora Maria Amaral
Dá boas tábuas
Para fazer uma espadela.

RECOLHA (1985) de Hermínia Trigo, Ferradosa – Alfândega da Fé.

FICHA TÉCNICA:
Título: CANCIONEIRO TRANSMONTANO 2005
Autor do projecto: CHRYS CHRYSTELLO
Fotografia e design: LUÍS CANOTILHO
Pintura: HELENA CANOTILHO (capa e início dos capítulos)
Edição: SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BRAGANÇA
Recolha de textos 2005: EDUARDO ALVES E SANDRA ROCHA
Recolha de textos 1985: BELARMINO AUGUSTO AFONSO
Na edição de 1985: ilustrações de José Amaro
Edição de 1985: DELEGAÇÃO DA JUNTA CENTRAL DAS CASAS DO POVO DE
BRAGANÇA, ELEUTÉRIO ALVES e NARCISO GOMES
Transcrição musical 1985: ALBERTO ANÍBAL FERREIRA
Iimpressão e acabamento: ROCHA ARTES GRÁFICAS, V. N. GAIA

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