A autarquia de Macedo de Cavaleiros vai ajudar os produtores de castanha do concelho no tratamento do cancro do castanheiro, suportando metade das despesas com a aquisição do DICTIS, produto biológico criado pelo Instituto Politécnico de Bragança para tratar a doença.
Rui Vilarinho, vereador do município de Macedo de Cavaleiros, espera que com este apoio surjam mais casos de sucesso na reabilitação de castanheiros infectados com a doença. “Sabemos que é um problema sério que se instalou no nosso território, prejudicando as árvores e os proprietários das mesmas. Achamos por bem ajudar com 50% das despesas que o agricultor vai ter no tratamento do cancro do castanheiro. É um protocolo que está a ser elaborado e vai ser assinado entre o IPB e a autarquia, no sentido de promover um melhoramento e reabilitação de alguns castanheiros para que possam ter ainda sucesso no tratamento. Macedo de Cavaleiros é um território que também tem muitos castanheiros e, como tal, está implicado neste problema sério”, destacou.
No distrito de Bragança, responsável pela maior parte da produção de castanha do país, o cancro do castanheiro tem alastrado com muita intensidade na última década, e se não for tratado em tempo oportuno, pode pôr em causa as plantações. Quem o diz é Jorge Rosário, técnico do projecto Trasnfer + Castanha do IPB. “Nos últimos dez anos, a doença espalhou-se muito e já houve alguma mortalidade em castanheiros com cancro. Se tivesse havido um projecto e uma intenção de tratar logo o cancro, seria menos gravoso. Quando mais rápido actuarmos, menos prejuízos vamos ter pois se deixarmos alastrar muito mais, poderemos perder essa árvore que é já um símbolo da nossa região. Quanto mais rápido se tratar o problema melhor porque menos produto é necessário utilizar, e se fizermos o tratamento correto, é 100% eficaz”, afiançou.
Uma doença que se tem propagado em grande parte por culpa dos próprios produtores, explica ainda o técnico. “É um fungo que cria esporos e facilmente se transmite. O vento, os fundos e os pássaros conseguem transmiti-lo, e quando os agricultores fazem cortes nas madeiras doentes e passam para outras árvores sem desinfectar o material, continuam a propagar a doença e, por isso, está a alastrar muito mais. Cortar e desinfectar as feridas e o material de castanheiro para castanheiro é importante, e quem não o fizer está a arriscar”, referiu.
Além de Macedo de Cavaleiros, outras autarquias do distrito também já mostraram interesse em assinar protocolos com o IPB de forma a ajudar no tratamento desta doença com descontos na aquisição do produto.
Escrito por Onda Livre (CIR).
Foto: Escola Superior Agrária IPB
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