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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
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sexta-feira, 19 de abril de 2019

“O país arrisca ser em 2030 uma língua de terra costeira e o resto literalmente paisagem”, antecipa autarca de Bragança

Chumbo da construção de uma infraestrutura rodoviária que ligaria Bragança a Puebla de Sanabria, Vimioso e Vinhais, bem como a conclusão do IC5 até Espanha e ainda a expansão do aeroporto regional de Trás-os-Montes Programa Nacional de Investimento 2030 revolta presidente da Câmara de Bragança.
O presidente da Câmara Municipal de Bragança lamenta que o autal Governo continue a “pregar uma coisa e fazer outra”. Hernâni Dias afirma que “décadas de discursos sobre o interior não conduziram a nenhuma estratégia para a sua valorização”, numa alusão crítica a propósito da não inclusão da infraestrutura rodoviária que ligaria Bragança a Puebla de Sanabria, a Vimioso e a Vinhais, bem como da conclusão do IC5 até Espanha, da ligação ferroviária Porto-Zamora e ainda do aeroporto regional de Trás-os-Montes no Programa Nacional de Política de Ordenamento do Território de Portugal (PNPOT).

“Ou seja, o Governo decidiu não integrar qualquer investimento da região no PNPOT. Ou melhor, previu uma continuação do IC5 até à proximidade de Miranda do Douro e incluiu o financiamento de uma extensão de um IC para a zona industrial em Mogadouro, que o próprio município já executou e pagou”, adiantou ao Expresso o autarca eleito pelo PSD, que declara que o Programa Nacional de Investimento 2030 para o interior é “uma anedota”.

Hernâni Dias refere que o PNPOT é o documento orientador de toda a estratégia do desenvolvimento territorial para os próximos anos, mas a região de Bragança foi excluída. “As acessibilidades de proximidade dos centros urbanos a territórios mais carenciados e as regiões transfronteiriças ficaram fora da estratégia, o que significa as populações do interior ficaram de fora”, diz o autarca.

O presidente da Câmara de Bragança antecipa que na próxima década as diferenças entre o litoral e o interior irão acentuar-se cada vez mais, concluindo que o país se arrisca a ficar reduzido, em 2030, “a uma língua de terra costeira e o resto será definitiva e literalmente paisagem”. Para o autarca, Portugal é pequeno demais para se “dar ao luxo de desperdiçar dois terços do seu território”, além de considerar um erro estratégico o desenvolvimento económico do país.

“A não inclusão destas estruturas nucleares no PNI 2030 vai acentuar as diferenças entre as duas realidades do país, interior e litoral, pois serão precisas décadas para que estes projetos vejam a luz do dia”, assegura Hernâni Dias, concluindo que o despovoamento acelerado da região transmontana será uma consequência “óbvia da má decisão”.

O autarca avisa, contudo, que não é apenas Bragança a lutar pela anulação das assimetrias que se adivinham, uma vez que as referidas infraestruturas “foram identificadas como estruturantes” pelos restantes municípios da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT). Hernâni Dias destaca como “fundamental” a expansão do aeródromo de Bragança em aeroporto, cuja não construção, afiança, “atingirá toda a região, quer por via do despovoamento quer por via do previsível decréscimo económico”.

Hernâni Dias, apoiante convicto do movimento de autarcas do norte pró-regionalização, defende que num país cada vez governado a olhar para a capital a alternativa para um território de norte e a sul mais sustentável passa “claramente pela criação de regiões”, dirigidas por quem as conhece e às suas prioridades. “Só quem aqui vive percebe o quanto um aeroporto é importante para Trás-os-Montes, até como pano alternativa ao aeroporto Francisco Sá Carneiro”, diz, adiantando que o aeroporto de Bragança seria uma porta de entrada transfronteiriça que serviria todo o nordeste transmontano e ainda a região de Castela e Leão.

“É uma infraestrutura prioritária para o desenvolvimento económico e turístico do Douro”, frisa o autarca.

Isabel Paulo
(Jornalista)

Licenciada em Relações Internacionais pela Universidade do Minho. Jornalista do Expresso desde 1989.

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