Inaugurado em 26 de agosto de 1928, este memorial erguido para homenagear os filhos do Distrito de Bragança caídos em França e nas campanhas de África, pode ser considerado como o primeiro exemplo, a nível de escultura, da temática escolhida durante sessenta e cinco anos: a memória de figuras que, de alguma forma, haviam marcado a vida da Cidade.
Pelas atas de vereação entre novembro de 1927 e agosto de 1928, temos conhecimento de vários trabalhos executados gratuitamente ou pagos pela Câmara, demonstrando o empenho posto pela autarquia na concretização do projeto. Assim, na sessão camarária realizada em 27 de novembro de 1927, é mencionada a apresentação de um ofício no qual o diretor da Escola Industrial de Emídio Navarro informa que o conselho administrativo havia decidido “por proposta do antigo combatente da Grande Guerra e mestre da Escola, António Francisco Esteves, atendendo ao carinho mostrado por esta Câmara para com a mesma Escola, executar gratuitamente todo o trabalho oficinal destinado à construção da grade do Monumento aos Mortos da Grande Guerra”, estando já nessa data a proceder-se a estudos para a sua execução, com o menor dispêndio de material.
No seguimento desta postura por parte da autarquia, são efetuados vários pagamentos para que o monumento fosse rápida e eficientemente executado, como podemos constatar pelas referências feitas em 10 de abril de 1928; assim, é entregue ao presidente da Liga dos Combatentes da Grande Guerra a quantia de 1 750$00 “por conta do subsídio com que esta Câmara concorre para auxiliar a construção do Mausoléu aos Mortos da Grande Guerra”; e Miguel José Beira Alta recebe 45$00 “pelo salário de três dias aplicados no calcetamento da rua em volta do Monumento aos Mortos da Grande Guerra".
Quatro meses depois, na ata da sessão de 28 de agosto de 1928, constam três pagamentos importantes referentes à empreitada: de 244$00 a José António Ferro, “por salários aplicados nas obras do Monumento aos Mortos da Grande Guerra”; de 1 277$30 a Alberto Domingues de Bastos, por materiais e mão-de-obra; e de 40$30 a António Joaquim da Fonseca por quarenta e dois quilos de cimento, um quilo de pregos e duas dúzias de alfinetes, “tudo destinado às obras do referido monumento”. A Câmara assumiria ainda, após a inauguração, um último pagamento de 640$00 a António Bruno dos Santos Teixeira, Filhos Limitada, por um escudo de bronze “retocado para o Monumento”.
A 10 de agosto de 1928 foi endereçado o convite oficial ao ministro da Guerra para presidir à cerimónia da inauguração do Monumento aos Mortos da Grande Guerra que Bragança mandara erguer; porém, sabemos por um ofício expedido pelo Chefe de Gabinete do Ministério da Guerra, com data de 14 de agosto, que o ministro, por motivo de serviço, não pôde comparecer, delegando a sua representação no Comandante da 1.ª Região Militar, a quem fora comunicado o assunto. Por sua vez, e de acordo com outro ofício, este enviado pelo Chefe de Estado-maior da 1.ª Região Militar, o Comandante da Região, por se encontrar no dia 25 de agosto em Lisboa, também não pôde estar presente, tendo delegado a representação do ministro da Guerra e a sua própria no comandante militar da Cidade.
A 26 de agosto, era inaugurado oficialmente em Bragança o monumento que a Cidade mandara erguer em memória dos militares naturais do Distrito que haviam tombado em combate pela Pátria, em França e África, testemunho preservado até aos nossos dias no Largo do Principal.
Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa
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