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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Antigos coordenadores do Parque Natural de Montesinho querem maior proximidade às populações

Numa altura em que se assinalam os 40 anos da criação do Parque Natural de Montesinho, antigos dirigentes da área protegida esperam que o modelo inicial do parque regresse e haja uma maior aproximação às populações, como afirmam que acontecia nos primeiros anos.

Carlos Guerra, que esteve à frente do Parque Natural de Montesinho entre 1993 e 1998, critica a filosofia de gestão dos últimos anos que levou ao afastamento dos residentes na área do parque e espera que o 40.º aniversário seja um ponto de viragem. “Espero que haja o regresso ao que eram os princípios e os valores que estiveram na génese da criação do PNM, a conservação da natureza, da paisagem, mas também um bom exemplo do que deve ser o desenvolvimento sustentável. O PNM tem uma área habitada que é do tamanho da ilha da Madeira e que tem muita gente a viver lá dentro e há diferentes categorias e usos do solo. Nos últimos anos, infelizmente, a política do ICNB e do ICNF correspondeu sobretudo a uma maior atenção sobre o que seria apenas os valores da conservação da natureza, a instituição afastou-se completamente da sua génese, que foi sempre uma gestão de uma forma muito articulada com as populações e trabalhando para o bem-estar das populações”, destacou.

Carlos Guerra considera que um parque não pode ser uma reserva natural e recorda que já houve tempos em que as populações que integram esta área protegida se identificavam com o PNM.

Dionísio Gonçalves também recorda os primeiros anos do parque como de convivência mais saudável dos habitantes com o parque e os seus dirigentes. O primeiro coordenador desta área protegida considera que foram as populações “os arquitectos do parque”.

Também para Dionísio Gonçalves, que foi coordenado do parque de 1979 a 1983 e ente 1986 e 1992, é preciso trabalhar para uma aproximação entre a direcção e as populações. “Segundo tenho conhecimento, as pessoas que vivem no parque sentem-se como que perseguidas. As equipas têm de andar em cima das populações, por causa das directivas, da poluição. Os objectivos da criação do PNM foram ajudar a que os arquitectos do parque, as pessoas que vivem cá e que construíram esta paisagem se pudessem manter e continuar a construir essa paisagem. Tem de haver uma ligação muito estreita entre as pessoas que vivem e os que têm de executar as tarefas de gestão”, afirmou.

O Parque Natural de Montesinho, que integra território dos concelhos de Bragança e Vinhais foi instituído a 30 de Agosto de 1979, num decreto lei que valorizava “a riqueza natural e paisagística do maciço montanhoso Montesinho - Coroa e os valiosos elementos culturais das comunidades humanas que ali se estabeleceram”. 

Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro

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