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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Duas Notas Sobre o Inimigo Invisível

1- Confrontados com esta ameaça “sem precedentes”, porventura a mais cruel e impiedosa de que há memória - ao ponto de, entre outras coisas inimagináveis, sermos privado de prestar a última homenagem àqueles que mais amamos -, todos nós, uns em confinamento obrigatório, outros a trabalhar para que nada falte aos primeiros, temos sido, conscientes do quão frágil é o ser humano, várias vezes assaltados pela dúvida que se impõe: quando tudo isto acabar, como vai ser?. Será que vamos aprender com os erros?
Os mais românticos, aqueles que pensam que “estas coisas” são um aviso/castigo do Cosmos, da Natureza, estão convencidos que, quando isto terminar, tudo vai mudar, como se a nossa personalidade começasse do zero.

Desengane-se quem assim pensa.
Porque os maus vão continuar a ser maus.
Porque os desonestos vão continuar a sê-lo.
Porque os gananciosos e os agiotas nunca mudam.
Porque os ingratos continuarão a ser ingratos.
Porque os egoístas, a quem dói um dente, irão pensar sempre que estão pior do que o vizinho a quem foi diagnosticado uma doença terminal.
Porque os materialistas, para quem o TER é mais importante que o SER, sem nunca terem dado valor às coisas boas da vida, trilharão sempre o mesmo caminho.
Porque os arrogantes e os orgulhosos, que julgam saber tudo, mesmo que errando, nunca pedirão desculpa ou darão o braço a torcer.
Porque os emocionalmente desprendidos, os corações de pedra, jamais se irão comover com o sofrimento alheio.
Porque quem nunca teve respeito pelo ambiente, não deixará de perder o hábito de deitar o maço de tabaco ou o pacote de batatas fritas para a via pública.
Porque quem estaciona em cima dos passeios e das passadeiras, fá-lo-á sempre.
Enfim, salvo honrosas excepções, para o bem e para o mal, continuaremos a ser irremediável e implacavelmente “reféns” do nosso código genético.

2- Durante esta pandemia, os portugueses não têm poupado elogios aos seus heróis, aos que se mantêm na linha da frente: profissionais de saúde, com destaque para os médicos e enfermeiros, bombeiros, protecção civil, agentes económicos que tudo têm feito para não faltarem os bens de primeira necessidade, as forças armadas e de segurança, os autarcas, as IPSS, etc. Todos eles têm sido os grandes e incansáveis heróis desta Nação Valente.
Pois, o “milagre português”, devido à Nobre Gente, não seria possível, na minha e na opinião de muitos, mesmo dos mais insuspeitos, sem a voz de comando d’um Forte Rei. António Costa, que tem tido a preciosa ajuda do Marcelo Rebelo de Sousa e de Rui Rio - duas pessoas a quem compraria um carro em segunda mão -, é o grande obreiro desta caminhada “vitoriosa”.
Na maior e mais delicada crise do nosso país, desde o 25 de Abril, o Primeiro-Ministro tem demonstrado ser um grande estratega, estando à altura das circunstâncias. Ponderado, cauteloso e frio quanto baste para lidar com a situação, tem dado a cara, desdobra-se em entrevistas, aconselhando-se com quem mais sabe da matéria. Sem surpresas, António Costa é o verdadeiro homem do leme. Bem preparado para dar respostas a quem delas precisa, fala com propriedade das mais diversas áreas da governação.
Se nada mais houver a retirar desta desagradável e traumática experiência, que fique a certeza de que, apesar dos muitos defeitos, somos um povo admirável.

António Pires

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