Quem o diz é Ivone Florêncio, do Núcleo de Bragança da EAPN - Rede Europeia Anti-pobreza, que sugere, por isso, a criação de medidas de apoio para estes grupos da população. A responsável entende que a resposta deve ser concertada entre o governo, instituições, empresas e sociedade civil. “Era necessário que houvesse acções articuladas, de forma eficaz e eficiente, que envolvessem vários agentes, desde o Governo, às empresas, organizações, sector bancário e sociedade civil, de forma a dar-se resposta às suas reais e respectivas necessidades durante este período. As instituições vão fazendo o que podem e o que não podem, mediante os recursos que têm. O Governo tomou algumas medidas de apoio às famílias e empresas e congratulamo-nos com elas mas acreditamos que não são suficientes. Era necessário medidas adicionais de apoio e de reforço para a protecção destas pessoas, apoiando directamente as famílias e as instituições que estão na linha da frente”.
Os sinais já são evidentes junto da delegação de Bragança da Cruz Vermelha Portuguesa. Os pedidos chegaram desde a primeira hora, mas têm aumentado, refere Domingos Sá Pires, presidente da delegação de Bragança da cruz vermelha. “Neste momento, estamos a apoiar 190 pessoas, distribuídas por 59 agregados, novos clientes que nos surgiram em função da pandemia. Havia os outros apoios que fazíamos directamente às pessoas, mas só nestas circunstâncias pareceram-nos mais 190 pessoas, muitas delas do meio rural. Ninguém nos contacta que saia daqui com as mãos vazias”.
O responsável garante que todos os que solicitam são ajudados, apesar da falta de apoio que a instituição recebe de entidades públicas e de grandes superfícies, sublinhado que os donativos são provenientes da sociedade civil e do pequeno comércio. A ajuda é dada em forma de género alimentares, mas também com produtos de higiene e roupa.
À Cáritas Diocesana de Bragança, além de apoio alimentar também chegam pedidos para pagamento de algumas despesas, destaca Cristina Figueiredo, directora de serviços da Cáritas de Bragança. “Para além de apoio em géneros alimentares pagamos também algumas facturas, as pessoas ficam sem poder pagar algumas despesas domésticas. Espero que não venha a acontecer mas acho que vão surgir muitos pedidos desse género. É um apoio que não costumamos fazer porque representam valores altos e esgotamos o nosso orçamento, destinado para a acção social. Têm aparecido muitos pedidos de ajuda para pagar rendas”.
As situações urgentes, em que há risco de desejo, são aquelas a que a instituição dá prioridade. Para além de Bragança, os pedidos também chegam de outros concelhos do distrito.
É possível dar resposta a estes pedidos recorrendo ao programa intermédio de apoio social da Cáritas Portugal, que é disponibilizado em alturas de crise.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro
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