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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Tutti Fratelli

Padre Sobrinho Alves, Diocese de Bragança-Miranda
11 de janeiro de 2021

Já desde a revolução de 1789 
que se fala em fraternidade, alicerçada na igualdade e liberdade.
Daí as ciências empíricas e sociais, proporem uma sociedade bem diferente, do absolutismo reinante, uma sociedade totalmente outra, onde os pobres ganharam voz.
Abençoada revolução de pensamento!
Mas distorcida dos encantos primeiros porque endeusou o homem como centro do mundo e da história.
Estava assim criado o antropocentrismo.
Expulsou Deus do centro.
E deu no que deu…
Relativizou-se Deus absolutizou-se o homem.
Mas já no século zero do tempo.
Jesus de Nazaré, o Messias prometido, ao povo da Aliança, não através de filosofias, muito menos de ideologias, mas com acções concretas e gestos de amor para com os últimos dos últimos mas também com pregação clara e destemida mais forte que as pirâmides de Gizé
e mais deslumbrantes que os salgueirais da Babilónia. Gritava:

Perante Deus
todos somos iguais:
não há senhor nem servo
nem dono nem escravo.
Todos somos filhos,
todos somos irmãos.

Os autores da revolução oitocentista sintetizaram a sua utopia em 3 palavras apenas;
Mas hoje já há gente que quer substituir “fraternidade” por dignidade.
É menos comprometedor… pode ficar-se apenas no mundo das palavras…
É mais cómodo…
Tem menos implicações é que fraternidade supõe ver no outro um irmão igual a mim, que faz parte de mim, que sou responsável por ele, que não o posso deixar para trás, que tenho que escutar os seus anseios, distribuir por ele a parte que lhe pertence da herança deixada da propriedade privada, do salário a que tem direito, de acordo com o seu trabalho e as suas necessidades.
A encíclica do Papa Francisco não é apenas retórica, não é catecismo social dos novos tempos.
É condição para que o mundo não rebente da tentação de estar sempre no palco em redemoinho espiral.
São oito capítulos com 207 números que nos dizem:
Não podemos ignorar, não podemos calar a fome do outro a dor do outro a enfermidade do outro.
É sobretudo um grito de justiça e paz arrancado do seu coração de pastor.
É Profecia de que é preciso mudar, mudar de ideias e hábitos e comportamentos, a que a pandemia já nos obrigou, mudar de lógica e economia, mudar de política e acção, mudar de mentalidade e oração.
Mudar o coração!!
Porque todos somos irmãos!

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