"A elevação da igreja matriz de Torre de Moncorvo a basílica menor corresponde ao reconhecimento da importância daquela igreja na diocese de Bragança, não apenas no quadro da ação religiosa no presente, mas da presença histórica determinante para toda a região, à época da sua edificação”, indicou à Lusa fonte oficial da DRCN.
Segundo a DRCN, este reconhecimento converge com o do valor patrimonial que o edifício detém, classificado como monumento nacional.
O Papa Francisco, através de um decreto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, assinado a 12 de janeiro de 2022, concedeu o título de Basílica menor à igreja matriz de Torre de Moncorvo, na Unidade Pastoral de S. José, Arciprestado de Moncorvo.
“Esta atribuição reconhece a importância deste templo na ação pastoral, litúrgica e espiritual e o seu valor patrimonial e arquitetónico”, indica uma nota enviada às redações pela diocese Bragança-Miranda.
Por seu lado, José Cordeiro, administrador diocesano de Bragança-Miranda e Arcebispo Metropolita eleito de Braga, recebeu a notícia “com gratidão à Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos" e considera que ela é “um sinal da memória agradecida do Arcebispo Santo S. Bartolomeu dos Mártires que ao tempo terá pensado na criação de uma diocese cuja a sede fosse naquela igreja matriz”.
A celebração solene da promulgação do título está prevista para o dia 18 de julho de 2022 e assim este ficará a ser o dia do aniversário da basílica.
No uso cristão, a basílica é um edifício sagrado, sendo que se divide em duas categorias: as basílicas maiores (as papais, que são quatro, e são elas a de S. Pedro, a de São Paulo Fora-de-Muros, a de S. João de Latrão e a de Santa Maria Maior) e as basílicas menores.
O início da construção da igreja matriz de Moncorvo (Nossa Senhora da Assunção) remonta ao ano de 1544 no local de um templo paroquial primitivo.
Situada em pleno centro histórico da vila de Moncorvo, a nova basílica apresenta um estilo quinhentista, com uma fachada onde domina uma possante torre sineira, com relógio, e rematada por balaustrada. A sua planta é retangular e tem três naves à mesma altura, bem como uma capela-mor retangular, absidíolos, sacristia e alpendre lateral.
No interior existem retábulos dos séculos XVII e XVIII e um “magnífico” órgão de tubos no coro alto. O templo cristão encontra-se organizado segundo o esquema de igrejas-salão, sendo os cinco tramos das naves abobadados à mesma altura.
A igreja é um dos imóveis com maior valor arquitetónico do distrito de Bragança, considerado o mesmo Monumento Nacional desde 16 de junho de 1910.
A proposta de elevação da basílica foi lançada por D. José Cordeiro e contou com a colaboração da Conferência Episcopal Portuguesa (que na Assembleia Plenária de junho de 2020 deu parecer positivo), do Conselho Presbiteral da Diocese de Bragança-Miranda, da Câmara de Torre de Moncorvo, da DRCN.
A DRCN, entidade que tutela o monumento, tem em curso uma intervenção de conservação das pinturas murais da capela-mor daquele edifício orçada em cerca de 200 mil euros, sendo cofinanciada pelo Norte 2020 e que vai abranger outros espaços deste templo católico.
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