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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

RASGAM-ME A PELE

Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas...")

As carências, as urgências e as ausências! 
Rasgam-me a pele as mentiras loucas, as frases moucas as palavras roucas, e as verdades poucas.
Nas lágrimas de olhos argilosos, moldados em brumas e solidões, morrem projectos passados, que despejaram cores nos meus olhos abençoados.
Olho as curvas do sol, e as mãos crescem-me e descem-me nas falésias do corpo. Ardem-me os lábios de queixume, e fervilham-me na alma os vossos passos inseguros, as mãos pequeninas e os beijos de lume.
Na rota das andorinhas que partem e regressam ao ninho ano após ano, esvoaçam penas na cave, e o tempo gasta-me nas grutas infinitas.
O presente é a fome, e o sabor agridoce apenas o passado.
Correm-me nas veias fúrias e desejos e os sonhos não param, ocupam-me o ser, os braços e os pés, a noite, e a cama de lado a lado a minha existência de lés a lés.

Maria da Conceição Marques
, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.

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