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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 5 de maio de 2022

A GUERRA E O FRADE REDENTORISTA

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

O incrível aconteceu: na velha e supercivilizada Europa, em pleno século XXI, explodiu hedionda guerra, verdadeira e sangrento genocídio.
Uns, de cátedra, dizem que a terra é deles; outros, asseveram: o povo tem o direito de escolher, democraticamente, o governo e ideologia, que querem seguir.
A minha geração batia-se e defendia encarniçadamente, que os povos deviam ser livres. Os velhos impérios e o colonialismo tinham que ser varridos da face da Terra – Eram os ventos da História.
Os ventos mudaram, e parece que a definição de liberdade e democracia também se vão desnudando... São ventos variáveis.
Mas não é da guerra, nem dos beligerantes que quero falar, mas sim do deplorável caso que me contou o Sr. Martins, enfermeiro do antigo Hospital da Misericórdia de Gaia:
Numa calma e cristalina manhã, banhada de sol – era ainda adolescente, – tendo que fazer o habitual curativo, fui ao posto do enfermeiro-chefe. Este, depois de cuidar do ferimento, contou-me o seguinte:
Frade, do Seminário de Cristo Rei, compareceu acompanhado de sacerdote Redentorista, com os joelhos em estado lastimoso.
Constrangido, o sacerdote, contou concisamente, que o humilde discípulo de Afonso Maria de Ligório, ouvira no parlatório, que no Oriente havia sangrenta guerra.
Condoído, permaneceu de joelhos, durante horas, em piso irregular, em fervorosa oração, a ponto de lhe arrebentarem os joelhos.
O Sr. Martins – homem pouco crente, – ao contar-me a ocorrência, tinha os olhos embaciados, e notava-se pela voz apertada, que as palavras trancavam-se na garganta:
- "Ainda há gente boa! Avaliando o estado a que se encontravam os joelhos, posso calcular o lancinante sacrifício que o ingénuo homem fez, e as dores que sofreu."
Enquanto oligarcas e políticos convivem em fausto, indiferentes à dor e necessidade dos povos, para satisfazerem vaidades e orgulho, ainda há gente humilde, recolhida em silencio, que sofre com cilícios e penitencias, esperando que a divina Previdência, alcance a paz e a concórdia entre os povos.

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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