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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
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quinta-feira, 26 de maio de 2022

Museu da Terra de Miranda edita 3.º volume do Cancioneiro Tradicional Mirandês

 O Museu da Terra de Miranda apresenta, na quarta-feira, o terceiro volume do Cancioneiro Tradicional Mirandês, que resulta das recolhas efetuadas durante mais de 40 anos, no Planalto Mirandês, pelo padre António Maria Mourinho.


O etnomusicólogo Mário Correia, responsável pela compilação deste volume, disse que António Maria Mourinho (1917-1996) deixou um conjunto de cerca de 400 páginas A4, sendo este o material que estava a corrigir para um terceiro volume do Cancioneiro Tradicional Mirandês.

“Trata-se de um conjunto de páginas muito desordenado e desorganizado, e quando a diretora do Museu da Terra de Miranda me entregou este material agarrei-o com todo o entusiasmo. Porém, não foi uma tarefa fácil porque estava tudo baralhado e havia páginas não numeradas, temas cruzados e outras partes que nem faziam parte do cancioneiro”, explicou Mário Correia. A edição do terceiro volume do Cancioneiro Tradicional Mirandês está incluída nas comemorações do 40.º aniversário deste museu, situado em Miranda do Douro, no distrito de Bragança.

Toda a organização deste volume do Cancioneiro Tradicional Mirandês demorou cerca de 10 meses.

O primeiro volume do Cancioneiro Tradicional Mirandês foi apresentado em 1984, enquanto o segundo tomo data de 1987.

“Depois de ser estruturado, procurei seguir a linha do padre Mourinho nos volumes anteriores do cancioneiro e foi possível completar, corrigir, suprir faltas e omissões para se chegar a este terceiro volume e penso que em nada desmerece dos anteriores”, concretizou o etnomusicólogo.

Mário Correia realçou que esta edição do cancioneiro inclui um forte contributo dos romances tradicionais cantados na Terra de Miranda, canções e versos populares, contos de natureza religiosa, teatro popular mirandês ou as loas. “Contudo, há [algo] que é absolutamente novo nesta edição do cancioneiro que [são] as trovas da Consoada e do Entrudo. Trovas estas que são de origem popular, muitas delas de autores desconhecidos. Todos os espécimes recolhidos e que figuram neste livro procurei incluir citações do padre Mourinho para contextualizar todo o trabalho”, vincou o investigador.

Este cancioneiro terá ainda um CD onde estarão gravados sete romances tradicionais que são cantados neste território transmontano e que foi possível recuperar nos arquivos de António Maria Mourinho.

Por seu lado, a diretora do Museu da Terra de Miranda, Celina Pinto, explicou que com o lançamento deste terceiro volume do Cancioneiro Tradicional Mirandês se pretende, antes de mais, homenagear o fundador deste museu, António Maria Mourinho. “O lançamento deste terceiro volume é também concretizar um desejo que o próprio padre Mourinho deixou expresso por escrito num período antes de 1996. Este cancioneiro não é mais que a voz do povo”, explicou a responsável.

O padre António Maria Mourinho estudou num seminário em Bragança em 1941 e tornou-se reitor da freguesia mirandesa de Duas Igrejas, em Miranda do Douro, em 1942. Entre 1960 e 1970 estudou em Espanha, no Instituto de Alta Cultura, da Direção-Geral do Património Cultural e do Conselho Nacional de Investigações Científicas de Madrid.

Mourinho contribuiu para a criação do Museu da Terra de Miranda, onde foi diretor entre 1982 e 1991.

Francisco Pinto

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