A cerimónia foi presidida pela secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, à qual se associaram ainda o presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Duarte da Costa e o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, entre outros individualidades civis e militares e bombeiros em geral.
Durante a homenagem a António Ferreira, que na altura do acidente tinha 45 anos, e Daniel Falcão, de 25 anos, foi descerrado um mural de homenagem a “estes heróis”, como foram descritos ao longo dos sucessivos discursos da tarde de hoje.
“Esta foi sem dúvida, uma cerimónia pesada, mas importante e carregada de simbolismo, que mantém viva a memória daqueles que tudo deram, nomeadamente o que tinham de mais precioso, que foi a própria vida, ao serviço de uma causa”, disse Patrícia Gaspar.
Este incêndio que ocorreu em 01 de agosto de 2023, em Cicouro, uma aldeia raiana de Miranda do Douro, obrigou a repensar a atuação dos bombeiros com novas formações na área da segurança e dos equipamentos de proteção individual dos bombeiros.
“Os anos de 2013 e 2017 foram muito trágicos para o sistema de combate a incêndios florestais”, vincou a governante, que deixou ainda uma mensagem “de precaução para os bombeiros”.
“Peço a todos que nunca se esqueçam de que o risco existe. Temos de mitigar este risco para garantir que estes episódios aconteçam o menos possível”, destacou a governante.
O comandante dos bombeiros de Miranda do Douro, Luís Martins, disse de forma emotiva que este episódio marcou a sua história de vida, porque nunca se percebeu como tudo se desenrolou.
“Naquela altura era comandante há dois anos, conhecia bem os bombeiros falecidos [António Ferreira e Daniel Falcão], cresci com eles e foi muito complicado viver toda esta situação. Mas todos os anos lembrámos este nossos camaradas. Nunca percebemos como tudo aconteceu, mesmo com a análise de peritos”, relatou Luís Martins.
Já a presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, explicou que este foi um dia carregado de simbolismo e que os bombeiros falecidos no combate às chamas ficam assim imortalizados num memorial colocado em frente ao quartel de Miranda do Douro.
Os operacionais da corporação dos bombeiros de Miranda do Douro foram surpreendidos numa mudança brusca de vento e ficaram encurralados no meio do fogo, entre Cicouro e São Martinho de Angueira, junto à fronteira com Espanha, contou à agência Lusa à data (01 de agosto de 2013) o comandante Luís Martins.
As chamas destruíram também o veículo do dispositivo de combate a incêndios florestais em que quatro bombeiros se deslocavam.
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