É o caso de Marius Vieru, Márcio Vara e Catarina Lopes, que cresceram em Bragança e aqui tiraram o curso que lhes permitiu abrir o seu próprio negócio.
Catarina Lopes tem 35 anos e, juntamente com o irmão, é a proprietária da Agriloja, que abriu, há seis anos, em Bragança. A decisão da abertura partiu, essencialmente, dos pais dos jovens, que os ajudaram com o negócio. Queriam que os filhos tivessem um “futuro” mais certo. Catarina Lopes admite que se não fosse a loja teriam saído de Bragança. “Se não tivéssemos aberto a loja, se calhar, não estávamos em Bragança a viver. Tínhamos que procurar fora, porque em Bragança não há muito que fazer nessa área”, sublinhou.
A empresária, que faz um balanço “muito positivo” da loja, que completa seis anos no dia 14 deste mês. Considera que a Agriloja é uma grande família.
Márcio Vara também é de Bragança, onde estudou e abriu negócio. Tem 38 anos e é formado em Gerontologia. A ideia da empresa surgiu ainda em contexto académico. A Old Care abriu em 2009 e dedica-se aos cuidados ao domicílio, venda e aluguer de dispostos e venda em loja, assim como assistência remota e telecuidado. A ideia nasceu em Bragança mas corre Portugal e o estrangeiro.
Márcio Vara também percebeu que não iria ter grandes oportunidades de trabalho e, por isso, decidiu seguir este caminho. “O Interior pode ter coisas menos boas pelo afastamento aos grandes centros ou pela desertificação, mas podemos conseguir transformar isso em mais-valias. Ter uma instituição de ensino de excelência, como é o politécnico, a facilidade de sermos reconhecidos num meio mais pequeno também nos ajuda a iniciar de forma mais fácil, com custo menor”, disse.
Marius Vieru fez o curso profissional de Multimédia no Agrupamento de Escolas Abade Baçal, em Bragança. Não imaginaria que quando terminasse já teria trabalho na área. E graças a isso conseguiu pagar a sua licenciatura e permanecer na região.
E enquanto estudava surgiu a oportunidade de criar a sua marca. Com 25 anos é proprietário da empresa Frame Films. Faz produção audiovisual de casamentos, baptizados, alguns espectáculos. Fez questão de estudar na região e de criar aqui a sua própria empresa. “Escolhi fazer a licenciatura no distrito, porque já tinha aqui serviços e uma carteira de clientes. Fazia sentido abrir aqui a empresa, porque foi aqui onde cresci, foi aqui onde estudei, é uma boa cidade para se viver e não tinha porque não abrir aqui”, vincou.
Contrariamente à maioria dos jovens do país, que saem de casa para estudar, há quem queira continuar os estudos na região e abrir aqui o seu próprio negócio.
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