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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Falta de alimento leva lobos a atacar rebanhos perto das populações

 A secretária técnica da Associação de Criadores de Ovinos de Raça Mirandesa, Andrea Cortinhas, indicou que a falta de alimento, decorrente dos incêndios na fronteira e em Espanha, poderá ser a explicação para a vinda de lobos para o planalto mirandês e os ataques a várias explorações pecuárias.


Só no concelho fronteiriço de Miranda do Douro, nas últimas três a quatro semanas foram registados três ataques de lobos nas localidades de Malhadas, Fonte Ladrão e mais recentemente em Genísio, que resultaram na morte de algumas dezenas de animais e ferimentos graves noutros.

Andrea Cortinhas disse que o lobo só ataca quando há falta de alimento e quando tem fome.

“O lobo ataca as explorações pecuárias quando os animais estão estabulados, só depois regressa para se alimentar. O lobo está mais entretido em anular os movimentos dos animais [ovinos] do que propriamente para os comer. Se não se alimentar com calma vai estar sempre a atacar, porque é o seu instinto”, explicou a técnica.

Andrea Cortinhas acrescentou ainda “que quando se registam animais feridos pode não ser para o lobo os matar, mas porque estão em movimento”.

“Se as conseguir matar, ele vai mais tarde para as comer, mas o pastor apercebe-se do ataque do lobo e ficam os estragos e prejuízos nos pastos ou estábulos dos proprietários”, frisou.

Para Andrea Cortinhas, os incêndios em ambos os lados da fronteira entre o Nordeste Transmontano e a província espanhola de Castela e Leão provocaram falta de alimento e os lobos atacam mais próximos das localidades onde há ovelhas ou outros animais de pequeno porte.

“Há muitos anos que não eram referenciados tantos ataques de lobos e a explicação pode estar nos estragos provocados pelos incêndios no ecossistema. E quando havia ataques, eram esporádicos e com menos animais mortos. Neste momento são muitos os ataques de lobos e de forma consecutiva, com muitos animais mortos e feridos, o que está a assustar os pastores, indicou.

A secretaria técnica da Associação Nacional de Criadores de Ovinos de Raça Churras Mirandesa disse ainda que os pastores estão munidos de cães de gado, e em alguns casos com cercas com alguns metros de altura, mas o lobo consegue ultrapassar todos estes obstáculos.

Já o biólogo e presidente da Associação de Conservação da Natureza – Palombar, José Pereira, é da opinião de que os lobos são muitos fiéis aos territórios da sua alcateia.

“Mesmo após um incêndio, os lobos têm a tendência em regressar ao seu território, mesmo que afastado das localidades”, disse.

Contudo, José Pereira adianta que, havendo falta de alimento, os lobos são obrigados a fazer percursos mais distantes e mais dispersos para comer.

José Pereira é também da opinião que, na última década, não tem havido tantos ataques de lobos como aqueles que se estão a presenciar, porque havia alcateias históricas que desapareceram destes territórios raianos.

“Agora há novos indivíduos que estão a ocupar estes territórios para se reproduzirem. Poderá ser o que está a acontecer”, vincou.

O biólogo acrescentou ainda que se perderam algumas formas tradicionais de maneio dos rebanhos, como pastor presentes, o que leva ao ataque dos lobos.

Na opinião do presidente da Palombar, tudo o que foi apontado tem razão de ser, mas é preciso encontrar soluções para uma coexistência pacífica entre o homem e o lobo.

A Lusa contactou o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e aguarda resposta.

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