Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Idosa morre após dias de “sintomas ignorados” no Hospital de Bragança

 O filho da idosa, diz que nem um único TAC fizeram, atempadamente, à mãe, mas acredita que poderia ter ditado um desfecho completamente diferente.


Tudo começou no dia 11 de agosto. A mãe de Cristóvão Macedo deslocou-se ao hospital de Bragança já com vários sintomas. O diagnóstico foi virose e a doente voltou para casa sem exames complementares.

“A minha mãe, no início da semana, começa a sentir-se mal, com febres fortes e dores de cabeça. Sentia rigidez na nuca, na cabeça, dores um bocado em todo lado, sem nenhuma justificação. E dizem que é uma virose, uma virose qualquer, que pode ser Covid, gripes. Não se vai procurar de onde vem o vírus. É uma virose, vai-se para casa com medicação para a febre e manda-se para casa”, explicou.

No dia seguinte, com sintomas muito mais fortes, a idosa voltou ao hospital. Mais uma vez, segundo o filho, não houve exames.

“Vómitos, dor de estômago, confusão já, falta de energia, sonolência. Voltou às urgências, na companhia do meu pai mais uma vez. Passou a noite toda nas urgências, num cadeirão em observação. Mais uma vez comprimidos, mais medicação para os vómitos, para a dor de estômago e não se procura de onde vem o problema”, contou.

A idosa passou a noite no hospital. Foi para casa de manhã, mas à noite teve de voltar às urgências. Tinha dores de ouvidos, que acreditava pudessem ser provocadas por aparelhos auditivos que utilizava, o que, muitas vezes, lhe acontecia. Mas, aparentemente, eram mais sintomas do problema que tinha e que lhe provou a morte, um mês mais tarde. E, mais uma vez, não houve exames.

E a idosa foi para casa… mas sábado teve de regressar ao hospital. O estado em que lá chegou já era totalmente diferente.

“Ao fim da tarde, eu falo, através de uma videochamada, com a minha mãe. Estava a falar comigo e já não olhava para mim, olhava para a parede. E eu disse à minha irmã, que a minha mão não estava bem. A Minha mãe entrou em bloqueio total, não falou mais, passado meia hora começa a convulsar. Foi para as urgências, onde entrou já numa cadeira de rodas e foi imediatamente para os cuidados intensivos, onde foi  colocada em coma, e depois veio o diagnóstico. A minha mãe, no fundo, fez uma encefalite, que é uma infeção viral que ataca o cérebro. É muito fácil uma pessoa ir à procura e ver quais são os sintomas que levam ao diagnóstico de uma encefalite. Tinha-os todos, desde dores de cabeça, febres altíssimas, vómitos, desorientação, rigidez na nuca. Tinha-os todos e foram todos relatados aos médicos quando eu fui lá”, frisou.

A idosa foi internada dia 16 de agosto, em coma, nos cuidados intensivos. Morreu passado um mês. O filho, mais do que justiça, quer que este tipo de situações seja evitado.

“Um simples TAC iria mostrar que havia uma inflamação cerebral e depois aí haveria outros exames a fazer para ver de onde vinha essa inflamação. Não se deixava avançar, avançar, avançar, até o ponto que entrou em colapso total. A minha mãe nunca baixou de febre, com todos os sintomas, em que vai três vezes às urgências a pedir ajuda e vai para casa, com a sua idade. Há quem me diga que há uma pressão para não se fazer exames a tudo uma vez que têm um custo elevado e o Sistema Nacional de Saúde não está a suportar. Ouve-se de tudo. O que eu sei é que um TAC pode ter custos, mas a prevenção, fica mais barata que o tratamento. Eu acho que é inaceitável não se fazer a uma pessoa que tem os sintomas todos, só mesmo para despistar”, rematou.

A família já apresentou queixas formais à Entidade Reguladora da Saúde e à DECO Proteste, pedindo que casos como este não se repitam.

Pedimos esclarecimentos à Unidade Local de Saúde do Nordeste, mas, para já, ainda não obtivemos resposta.

Escrito por Rádio Brigantia.
Jornalista: Carina Alves

Sem comentários:

Enviar um comentário