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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 21 de setembro de 2025

O Cavaleiro das Sombras - Capítulo VII – O Primeiro Encontro


 A aurora ainda não rompia a neblina quando os primeiros sinais chegaram. O grupo que explorava a floresta regressou a correr à praça central, ofegante, com os rostos pálidos e as mãos sujas de lama.

- Não são animais, disse Miguel, o filho do ferreiro, apontando para os rastos estranhos. - São… humanóides, mas diferentes. Não conseguimos ver bem os olhos, só um brilho, e movem-se sem fazer barulho!

Afonso franziu a testa e ergueu a mão, ordenando silêncio.

- Preparem-se! Disse ele, com a voz firme. - Que todos se mantenham dentro das muralhas. Hoje não reconstruímos apenas as casas, hoje vamos defender a cidade.

Lídia correu até ele, segurando os mapas e as anotações antigas:

- Se conseguirmos entender como atuam, podemos prever a aproximação. Eles evitam caminhos abertos e atacam apenas de surpresa. Precisamos de posicionar-nos.

Baltasar bateu o bordão contra o paralelepípedo.

- Então que cada rua se torne na nossa fortaleza! Disse, enquanto organizava barricadas improvisadas com carruagens e madeira retirada dos escombros.

Ao mesmo tempo, na floresta, uma silhueta moveu-se com extrema rapidez. Parecia flutuar sobre o chão coberto de neve, e o brilho dos olhos era hipnotizante, quase como se visse através da própria muralha. Era a primeira vez que Bragança sentia que não poderia confiar apenas em força ou coragem. Inteligência e estratégia seriam cruciais.

Quando a névoa começou a dissipar-se, um grito cortou o ar. Um grupo de jovens vigias havia sido cercado. Afonso, Lídia e Baltasar correram para os socorrer, encontrando os estranhos seres entre as árvores, usando a neve como disfarce e atacando com precisão aterradora.

Afonso brandiu a espada, acertando no primeiro atacante que se aproximou. A lâmina refletiu a luz do pouco sol que surgia, mas o impacto fez pouco efeito, o ser recuou, como se o ataque fosse apenas uma provocação.

- Eles não são fortes fisicamente, mas são astutos, disse Lídia, disparando uma flecha cuidadosamente. - Precisamos de os atrair para áreas abertas!

Baltasar, com o bordão em punho, golpeou a primeira sombra que se lançou contra a muralha. O som do impacto ecoou, chamando a atenção das outras criaturas. Aos poucos, os seres começaram a recuar, mas não sem deixar claro que tinham estudado cada movimento dos defensores da cidade.

Quando a batalha terminou, a praça estava coberta de pegadas, restos de armas improvisadas e a sensação inquietante de que aquela era apenas a primeira investida. O ar gelado trazia o cheiro da neve, da madeira queimada e de algo mais sombrio, impossível de nomear.

Afonso olhou para a cidade, exausto, mas determinado:

- Este foi apenas o começo. Amanhã, precisaremos de mais do que coragem. Precisaremos de inteligência, união… e talvez de segredos que ainda não revelamos.

E, nos limites da floresta, os olhos brilhantes voltaram a mover-se, desaparecendo entre os troncos. Mas a promessa era clara, Bragança tinha despertado para um inimigo que não descansaria, e a cidade aprenderia que reconstruir também significava lutar.

Continua...

N.B.: A narrativa e os personagens fazem parte do mundo da ficção. Qualquer semelhança com acontecimentos ou pessoas reais, não passa de mera coincidência.

HM

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