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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Grande parte do complexo do Cachão está à venda

 Sete armazéns industriais instalados no Complexo do Cachão foram alvo de penhora e estão a ser leiloados em hasta pública para pagamento de dívidas ao Novo Banco e a outros credores num valor superior a um milhão de euros.


O leilão, que está a decorrer numa plataforma eletrónica, é a consequência de uma execução judicial que incide sobre a AIN – Agro-Industrial do Nordeste – detentora do complexo do Cachão cujos acionistas maioritários são os Municípios de Mirandela e de Vila Flor, com uma participação de 49% cada e o restante capital detido por pequenos acionistas.

O presidente da Câmara de Mirandela confirma a execução judicial alegando que a dívida já foi herdada de executivos anteriores e chegou a este ponto porque “o valor é de tal forma grande que não temos capacidade económica para poder fazê-lo”, refere Vítor Correia, acrescentando que não foi possível chegar a um acordo com os credores. “Houve várias tentativas de negociação, fizemos propostas para adquirir os lotes, depois não se chegou a acordo nenhum com os fundos que são os detentores dos lotes, e neste momento eles fizeram esse leilão, do ponto de vista eletrónico, ainda está a funcionar assim, mas nós estamos muito atentos isso é um assunto que estamos aqui a gerir”, diz.

Questionado sobre se este processo pode representar a machadada final na réstia de esperança que ainda podia existir na requalificação daquele complexo, o autarca de Mirandela ainda não atira a toalha ao chão. “Nós podemos readquirir os lotes”, garante. “Se nós percebermos que vai ser adquirido por alguma entidade ou por alguma empresa que tem o objetivo de se fixar cá, porque depois tem um problema de licenciamento, e o problema de licenciamento vai ter que ser resolvido”, adianta o autarca de Mirandela. “Não podemos pensar em desenvolver e avaliar outras candidaturas, porque hoje nós para podermos ter essas candidaturas aprovadas, temos que ter o património limpo, não pode estar penhorado, sob pena de depois não termos as candidaturas aceites”, acrescenta.

O leilão dos sete armazéns industriais do complexo do Cachão está a decorrer numa plataforma eletrónica. A maioria decorre até ao final deste mês, outros ainda vão estar até 21 de outubro.

A MORTE LENTA DE UM SONHO DE CAMILO DE MENDONÇA

O CAICA – Complexo Agro-Industrial do Cachão – nasceu em 1963, um projeto arrojado da autoria de Camilo de Mendonça que visava essencialmente, a valorização e a expansão das produções agro-pecuárias da região, através da sua transformação industrial e a consequente comercialização dos seus produtos, canalizando-os não só para o mercado interno, mas, acima de tudo, para o mercado externo.

Chegaram a trabalhar mais de 800 funcionários e foi mesmo construído um bairro social para albergar parte dos trabalhadores e suas famílias

A partir de 1974 deram-se as primeiras grandes convulsões na empresa, relacionadas com a revolução de Abril. O património dos Grémios da Lavoura foi integrado, em 1976, nas Cooperativas e o Estado passou a tomar conta do Complexo do Cachão.

Em 1981, a empresa foi constituída em sociedade anónima, pertença do Estado, mudando novamente de gestão. No entanto, a situação foi-se agravando ao longo da década de oitenta, acumulando-se as dívidas na banca, e crescendo as dificuldades de fazer concorrência ao mercado aberto que se sucedeu à entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia.

Em 1992, o CAICA cessou a sua atividade, na sequência da falência decretada pelo tribunal. Os trabalhadores foram dispensados e receberam indemnizações consoante o seu posto de trabalho e os anos de serviço prestados à empresa.

A maior parte do património que restou do antigo Complexo foi posteriormente entregue às Câmaras Municipais de Mirandela e de Vila Flor. 

As instalações do Complexo foram arrendadas por pequenos empresários que procederam à modernização dos equipamentos, de acordo com os contratos feitos com as próprias Câmaras.

Fernando Pires

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