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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 11 de novembro de 2025

Desporto nos Anos 60/70 - Corpo em Movimento e Alma Livre


 Nas décadas de 1960/1970, tal como nas anteriores, o desporto era vivido de forma genuína, longe dos holofotes das redes sociais, sem selfies, sem contadores de passos ou relógios inteligentes. Não havia internet, nem telemóveis, e muito menos academias de luxo com ecrãs LED e música ambiente. Havia sim, uma vontade imensa de mexer o corpo, competir por prazer e partilhar momentos ao ar livre.

O futebol reinava. Bastava uma bola gasta e dois montes de pedras para servir de baliza. As ruas, os baldios e os recreios das escolas transformavam-se em estádios improvisados. Jogava-se descalço nos lameiros, com os joelhos esfolados e a camisola suada. Não havia árbitro nem VAR, a justiça fazia-se à moda antiga, entre discussões e amizades.

Nos clubes locais, o futebol era praticado com seriedade, mas também com grande paixão. Os equipamentos eram simples, os treinos duros, e o talento muitas vezes mais forte que a tática. Era a escola do improviso e da garra.

Correr não era moda, era liberdade. Os jovens corriam pelos campos, pelos caminhos de terra batida, e não havia necessidade de um “personal trainer” a dizer o que fazer. As pistas eram os trilhos da cidade ou da aldeia, os terrenos inclinados, os caminhos entre pinhais.

A musculação dava os seus primeiros passos entre os jovens, mas longe da ideia moderna de ginásio. Havia quem montasse pequenos espaços com pesos improvisados, halteres feitos com cimento e ferro, barras de aço reciclado. Os exercícios eram simples, diretos, e os espelhos, quando existiam, serviam mais para arrumar do que para posar. A força era funcional, prática, e estava muitas vezes associada ao trabalho físico do dia-a-dia.

Sem acesso a piscinas municipais, que não havia, era nos rios que se aprendia a nadar. Nos dias quentes, as margens enchiam-se de miúdos e graúdos, mergulhando de pedras e de galhos das árvores , brincando na corrente ou atravessando o leito a nado. Os mais velhos ensinavam os mais novos, e os sustos eram tratados com coragem e companheirismo. A água era fria, pura e livre, como o espírito da juventude da época.

Além do futebol, muitas escolas e associações promoviam andebol, basquetebol, voleibol e ciclismo. As bicicletas eram um verdadeiro tesouro. Não serviam só para desporto, mas também como meio de transporte, liberdade e brincadeira. As corridas entre amigos, as pedaladas para outros lugares, ou as subidas difíceis eram desafios superados com orgulho.

Nos anos 60/70, o desporto não era só competição, era vivência e convivência. Era suar sem dar por isso, rir sem filtros, cair, sem fingir, e levantar sem drama. Não havia ecrãs a registar cada movimento, mas a memória guardava tudo com nitidez. Era um tempo em que o corpo se mexia e o mundo era real, inteiro, tangível. Um tempo em que, mesmo com pouco, se fazia muito, e com alegria.

HM - com IA e IN

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