quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Rios secos e barragens com capacidade reduzida devido à seca dificultam abastecimento de água

A situação de seca continua na ordem do dia e afecta rios e barragens da região. Em Bragança, a barragem de Veiguinhas, uma infra-estrutura de recurso, está já a ser utilizada depois de a de Serra Serrada ter atingido níveis muito baixos.
A Águas do Norte assegura que “não se prevêem problemas relativamente ao abastecimento de água às populações do distrito de Bragança, nomeadamente no que diz respeito aos níveis que actualmente se constatam nas albufeiras existentes”.

No entanto, em vários concelhos há dificuldades de abastecimento das populações, sendo em aldeias de todo o distrito os depósitos de água enchidos regularmente por autotanques. Em Vimioso, com as reservas da Estação de Tratamento de Água do rio Maçãs praticamente esgotadas, a água para metade do concelho chega de Bragança, como confirmou o presidente do município de Vimioso, Jorge Fidalgo.

“Já há cerca de duas semanas que estamos a transportar água de Bragança diariamente para servir as localidades de Argozelo, Carção, Santulhão e Matela, que é praticamente metade do concelho”, adiantou.

O autarca está preocupado com a situação e para evitar que no futuro a dificuldade se repita pretende aumentar o tamanho dos açudes dos rios Maçãs e do Angueira. “Já entrei em contacto com o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas e a Agência Portuguesa do Ambiente para rapidamente entregarmos o projecto de alteamento dos açudes e a resposta que obtive é que não levantariam qualquer reserva, porque na visita ao local verificaram que a situação é dramática”, afirmou.

O autarca estima que os investimentos nas barragens custem mais de um milhão de euros e espera que o Governo possa ajudar à concretização deste projecto.

Uma parte do território transmontano encontra-se agora no nível de seca extrema, o mais preocupante da escala do Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), nomeadamente a zona do planalto mirandês e parte do concelho de Macedo de Cavaleiros. Já o restante território de Trás-os-Montes e Alto Douro está em seca severa.

Mas se as condições meteorológicas se mantiverem, outras zonas da região deverão ficar em seca extrema ainda este mês, alerta Vanda Pires, meteorologista do departamento do clima do IPMA.

“Com as temperaturas mais elevadas, a evaporação também é maior e sem ocorrência de precipitação a situação a meio do mês de Outubro tenderá a agravar-se e a área em seca extrema na região irá aumentar”, adiantou.

Apesar de a região ser propícia a situações de seca, este ano, as condições são mais graves e particularmente atípicas. Para a região sair da situação seca seria necessário chover em grande quantidade durante Outubro e Novembro.

“Se considerarmos níveis de precipitação muito acima do normal, que só ocorrem em 20% dos anos em Outubro, mesmo assim a região ainda ficaria em seca fraca. É preciso ocorrer precipitação muito acima do normal e manter-se por Novembro para sair do índice de seca”, adiantou a meteorologista.

A situação de seca agravou-se em Setembro, o mês mais seco dos últimos 87 anos em Portugal Continental. 

Escrito por Brigantia.
Foto Rio Maças Setembro de 2017

Sem comentários:

Enviar um comentário