A Associação dos agricultores e pastores do Norte pede medidas concretas e rápidas ao Governo para colmatar os avultados prejuízos causados pelos incêndios, como o pagamento compensatórios pela perda de animais, de pastos e de explorações agrícolas.
Para além dos prejuízos com os incêndios, os produtores agropecuários estão preocupados ainda com a seca severa e prolongada, por esse motivo esperam medidas céleres por parte do Governo, como refere Armando Carvalho da Associação dos agricultores e pastores do Norte.
“Analisando o conjunto de medidas que o governo acabou de anunciar e tendo em conta a dimensão da tragédia a que estamos a assistir, estamos a elaborar um documento para chamar o governo à atenção pois as medidas estão a tomar não passam de paliativas tendo em conta esta calamidade.
Na altura em que estamos onde se elabora o próximo Orçamento de Estado, entendemos que o governo devia ter em conta, de uma vez por todas, medidas mais concretas que viessem a reanimar o importante setor da pecuária. “
As linhas de crédito não são a solução, uma vez que só vêm agravar a situação, já por si delicada, dos produtores agrícolas.
“A chuva que é esperada, só em abril fará com que nasçam pastos.
Pensamos que não é com linha decreto pois se a pessoa já tiver dificuldades financeiras, mesmo que tenha uma ano de carência, certo é que depois tem de pagar a linha e os juros.”
Armando Carvalho refere que o Governo poderia repor a eletricidade verde e a isenção temporária da contribuição mensal para a Segurança Social. Os agricultores e pastores pedem ainda que as ajudas financeiras sejam a fundo perdido e que a recolha dos cadáveres dos animais seja gratuita.
“Entendemos que devem haver ajudas a fundo perdido para melhorar a alimentação animal. Entendemos também que o governo, à semelhança daquilo que já aconteceu em conjunturas semelhantes a esta, deveria repor a eletricidade verde e fazer uma atualização do subsídio de gasóleo pois são medidas que, embora tenham alguma instrução económica no OE, já foram tomadas.
Deveria também haver uma isenção temporária enquanto as economias individuais das pessoas não se refazem para a contribuição mensal para a segurança social. Numa altura destas não faz sentido que a recolha dos cadáveres dos animais que vão morrendo nas explorações seja um encargo assumido pelos agricultores. Tem a ver com questões ambientais e serviço publico que deveria ser, nesta altura, assumido pelo governo.”
A Associação dos Agricultores e Pastores do Norte manifesta ainda o seu repúdio pelas acusações de que os incêndios são provocados pela atividade pastorícia, denuncias infundadas que afirma a Associação só vêm denegrir a imagem de uma das profissões mais antigas do Mundo.
INFORMAÇÃO CIR (Universidade FM)
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