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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Quase 500 anos depois, diocese de Bragança-Miranda volta a ter um Mosteiro

O edifício será erguido perto da aldeia de Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro. Deverá começar a ser construído já no próximo ano e será habitado por cerca de 40 monjas.
Foto: Rui Manuel Ferreira/Global Imagens
O bispo de Bragança-Miranda acredita que este Mosteiro dará uma nova centralidade e desenvolvimento ao interior do país. "Dará centralidade com o aumento de pessoas que virá visitar a nossa região atraídos pela espiritualidade Cisterciense e Trapista, como de resto acontece em todos os mosteiros do mundo. Fará aumentar o turismo. As irmãs terão capacidade para acolher 40 pessoas, mas o fluxo de visitantes será muito grande e fará com que haja outra rota para quem nos visita".
O "Mosteiro Trapista de Santa Maria, Mãe da Igreja", assim se vai chamar, pertence à Ordem de Cister e surge a partir do Mosteiro de Vitorchiano em Itália. A Ordem queria erguer um Mosteiro em Portugal mas não sabia onde. Foi nessa indecisão que apareceu o Bispo de Bragança.
"Esperavam que houvesse algum Bispo ou alguma diocese que fizesse essa interpelação e estivesse aberto a esta ideia ou a esta proposta e assim nasceu, há mais de um ano, num encontro com as irmãs em Itália, a partir dos monges beneditinos em Roma, aos quais estou muito ligado e começámos a narrar esta história".

Depois de procurar vários lugares na diocese, apareceu a aldeia de Palaçoulo como o lugar ideal para nascer o Mosteiro, acrescenta Dom José Cordeiro. "Não só porque ali nasceu a Diocese que hoje é Bragança-Miranda, mas porque depois de ter encerrado o Mosteiro de Castro de Avelãs em 1545, foi para ali que passaram os bens e foi ali que continuou a tradição Beneditina".

Foi lá, na aldeia de Palaçoulo que 25 famílias se juntaram e doaram 27 hectares de terreno onde se erguerá o Mosteiro Trapista de Santa Maria, Mãe da Igreja. Ao ato, o Bispo de Bragança-Miranda chama-lhe "um milagre". O mosteiro terá uma Igreja e uma hospedaria e deverá custar cerca de 6 milhões de euros. Os primeiros valores serão suportados pela Ordem e o resto, as monjas acreditam que virá da providência divina e do trabalho que elas realizam na agricultura e artesanato.
A Madre Abadessa do Mosteiro de Vitorchiano, em Itália, Rosaria Spreafico, diz que a escolha de Portugal e do lugar contou muito com a intervenção divina. "Não se pode dar uma resposta lógica. São os mistérios de Deus. Ao mesmo tempo que tivemos a conversa com o Bispo Cordeiro, houve também de seguida uma resposta positiva da comunidade. Depois também queríamos abrir no ano do centenário das aparições de Fátima. Tudo junto trouxe-nos até aqui".

Em 2019 deverão chegar as primeiras 10 monjas vindas de Itália. A Madre Abadessa espera também poder contar com algumas vocações de mulheres portuguesas. "Muito, muito. Acreditamos que o senhor continua a fazer chamamento para a vida monástica, para a vida consagrada", conclui.

O papa Francisco já disse que este Mosteiro Trapista de Santa Maria, Mãe da Igreja, que vai nascer em Palaçoulo, Miranda do Douro, "será um sinal muito forte da presença de paz, com testemunhas de oração assídua, de sobriedade e de unidade na caridade".

Afonso de Sousa
TSF

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