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Na altura era representativo de uma antiga celebração Celta, o Samhain, surgindo como uma forma de marcar o fim do verão, o encerramento das colheitas e a passagem para a estação do inverno.
Quanto às origens, não há muito consenso. Há quem atribua raízes pagãs ao nascimento desta celebração assim como como quem encontre associações católicas para o justificar. O que é certo é que, em outros tempos, o Halloween durava três dias, coincidindo com as atuais celebrações católicas da vigília de Todos os Santos (31 de outubro à noite), o Dia de Todos os Santos (dia 1 de novembro) e o Dia dos Fiéis Defuntos (dia 2 de novembro).
Nos tempos que correm, a data é encarada como um dia de festa e de permissão para interpretar personagens mitológica, fantasmáticas e quem sabe, na volta conseguir alguns doces ou, caso isso não aconteça, pregar algumas partidas.
Mas para compreender melhor o que se passa hoje em dia na relação entre humanos e o mundo oculto, chegamos à fala alguém que, diariamente, convive entre as duas dimensões. Médium, astrólogo ou vidente, muitos são as funções exercidas por Carlos Nascimento que nos deixou saber que, afinal, o desconhecido desperta cada vez mais interesse no mundo dos vivos, e, segundo ele, a própria ciência tem dado um empurrãozinho.
“Cada vez mais. O oculto suscita interesse já desde a idade média. Acho que atualmente até desperta mais porque a ciência tem evoluído em alguns aspetos e tem detetado energias, hoje em dia até há aparelhos que detetam fantasmas, espíritos ou aspetos dos mesmos.
As pessoas interessam-se porque elas próprias sentem que estamos a viver em um mundo do “salve-se quem puder”, onde as pessoas são capazes de tudo para ter o que os outros têm, o que depois suscita as intrigas, a inveja e o ciúmes. Esta é uma fase de um mundo de rivalidade e a culpa é do dinheiro e o poder.”
Apesar de ter o consultório em Chaves, Carlos recebe semanalmente mais de 100 pessoas em busca de ajuda espiritual e de todas as partes do país.
E as razões para recorrer a um especialista do desconhecido são de várias ordens.
“As pessoas trazem problemas de todos os tipos. Normalmente procuram por ajuda com problemas com relacionamentos, quando não estão bem e não entendem porquê, por questões profissionais, financeiras, ou porque não entendem o porquê de a vida lhes andar para trás quando lutam para que ande para a frente. São razões diversas.”
E para conseguir conexões com o oculto, não basta gostar, é preciso nascer com o dom.
“Normalmente, quando uma pessoa é médium, não é porque gosta. Ou se nasce com dom ou não se tem.
A aptidão nasceu comigo e desde a adolescência que se manifestava com sintomas de incorporação, artes de adivinhação, situações onde eu dizia algo que depois acontecia.
Ser médium não é uma questão de se querer, apesar de hoje em dia a internet e os livros ensinarem tudo, é preciso nascer com a sensibilidade espiritual, aquela canalização energética. Se assim não for não lhe vai valer de nada.”
Fica o aviso de quem sabe das coisas: não vale a pena temer o desconhecido.
“Não devem temer. Devem saber, aprofundar, conhecer um pouco do que é o oculto, ter um pouco mais de informação para, por vezes, saberem lidar com determinadas situações que o ser humano não consegue entender.
Acho que toda as pessoas são médium, apenas há uns que evoluem enquanto outros não.
Todo o ser tem uma alma, um espírito. Cabe a cada um , dependendo do trajeto da peregrinação com que passou neste planeta, o que vai levar consigo quando a alma se separar do corpo e passar para a outra dimensão. “
O Halloween dá origem ainda a várias festas um pouco por todo o mundo, onde os temas não fogem ao oculto e as fantasias são, muitas vezes, até motes para concursos.
E por isso, já sabe, se esta noite quiser fugir à travessura, não deixe que os doces faltem na hora em que lhe baterem à porta.
Escrito por ONDA LIVRE
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