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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Lenda do Folar


O folar terá nascido de um desgosto de amor. Numa aldeia portuguesa, uma jovem chamada Mariana sonhava com o casamento. Rezava incessantemente a Santa Catarina para que lhe arranjasse pretendente cedo. A Santa respondeu às suas preces e enviou-lhe um fidalgo rico e um lavrador pobre.
Mariana não soube qual escolher e voltou a pedir à Santa que a orientasse para o melhor pretendente. Um dia bate à porta da casa da jovem, Amaro, o lavrador, a pedir uma resposta até ao Domingo de Ramos (o domingo imediatamente antes da Páscoa). O fidalgo resolveu pedir uma decisão, nesse mesmo dia.
Chegado o Domingo de Ramos, uma vizinha foi muito aflita avisar Mariana que o fidalgo e o lavrador se tinham encontrado a caminho da sua casa e que, naquele momento, travavam uma luta de morte. Mariana correu até ao lugar onde os dois se defrontavam e foi então que, depois de pedir ajuda a Santa Catarina, Mariana soltou o nome de Amaro, o lavrador pobre. 
As gentes da terra disseram a Mariana que o fidalgo pretendia aparecer no dia do casamento para matar Amaro. Nas vésperas do Domingo de Páscoa, Mariana andava atormentada com esta possibilidade e resolveu recorrer às preces, colocando um ramo de flores junto de Santa Catarina.
Quando voltou para casa o ramo de flores estava em cima da mesa, junto a um bolo com ovos inteiros. Surpreendida, Mariana correu para casa de Amaro. Cruzaram-se no caminho e, também ele, tinha recebido o mesmo bolo rodeado de flores. Pensando ser uma acção do fidalgo, digiram-se a sua casa. Contudo o cenário repetiu-se. Lá estava o bolo e as flores. 
Inicialmente chamado de «folore», o bolo veio, com o tempo, a ficar conhecido como folar e tornou-se numa tradição que celebra a amizade e a reconciliação. 
Durante as festividades cristãs da Páscoa, o afilhado costuma levar, no Domingo de Ramos, um ramo de violetas à madrinha de baptismo e esta, no Domingo de Páscoa, oferece-lhe em retribuição um folar.

1 comentário:

  1. A lenda do folar. Não conhecia, é uma lenda da reconciliação e onde a nobreza e o povo foram postos no mesm pé de igualdade.
    Reconciliemo-nos e comunguemos deste espírito todo o ano.

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