Segundo Javier Andrés, jornalista e locutor espanhol, existe ainda uma separação entre os povos raianos, que por sinal são bastante parecidos, e os jornalistas são importantes para o aproximar das culturas.
“Uma fronteira que desaparece que com a União Europeia, a sociedade civil e os habitantes de um lado e do outro convivem culturalmente nas férias, mas não sabem falar português ou castelhano. Não há conexão entre os jornalistas e os meios de comunicação e se eles não falarem dos problemas que se passam nas zonas raianas dificilmente vamos conseguir que se torne num espaço comum de cultura”, disse.
O papel da televisão nestes territórios foi outros dos temas debatidos. Durantes vários anos verificou-se um desinvestimento televisivo nas zonas raianas. Agora é urgente que este paradigma mude e haja mais correspondentes nestes locais.
“Nos últimos dois anos houve alguma inflexão desse investimento, mas todos nós sabemos que as realidades locais não podem ser tratadas aos bochechos. Portanto, se há alguma coisa que é preciso fazer com urgência no serviço público de televisão é reforçar os correspondentes locais no território português”, afirmou Jorge Wemans, provedor do telespectador da RTP.
Quem também marcou presença no evento foi a Secretaria de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, que diz que o desenvolvimento da cooperação entre Portugal e Espanha também é das suas funções e confessa que ainda há muito a fazer.
“É necessário responsáveis políticos que defendam as nossas posições quando estamos a negociar com os parceiros espanhóis, e com todos os outros parceiros, e agora existe um interlocutor, que serei eu”, acrescentou.
Segundo Francisco Alves, presidente da Rionor, associação organizadora dos Conselhos Raianos, o balanço desta última sessão é bastante positivo. Avança ainda que, brevemente, deixará de haver tantos conselhos e começará a haver mais reuniões informais.
“Vamos começar pelas veladas raianas em reuniões mais informais e abertas para ver se trazemos os jovens, os associados e outras pessoas e depois no final do ano fazer um conselho raiano com todas as propostas e todas as sugestões que surgirem daí. O tema será “Territórios raianos, que futuro?””, explicou.
O Instituto Politécnico de Bragança foi palco de um Conselho Raiano, este sábado, que teve como tema “Comunicação Social, desenvolvimento e cooperação transfronteiriça”.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais
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