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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

GUERRAS QUE (QUASE) NINGUÉM QUER

 Artigo de opinião escrito por Lídia Praça | Presidente da MEL – Mulheres Empreendedoras da Lusofonia


A guerra é, sem dúvida, um dos maiores horrores que a humanidade pode experimentar, mas quando falamos de conflitos que têm o poder de se expandir e atingir diversas nações, como é o caso da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, as consequências tornam-se ainda mais devastadoras. Porém, um aspeto que muitas vezes é subestimado nas discussões sobre a guerra é a voz das mães.

A nossa voz, uma voz, por vezes, silenciosa e, muitas vezes, silenciada diante da perspetiva de um conflito que ninguém deseja, mas que as circunstâncias podem forçar a alargar-se.
Com efeito, no conflito que opõe a Rússia à Ucrânia, ou em qualquer outro conflito, são as mães quem mais sofre, as mães, essas mulheres que têm a responsabilidade primeira de cuidar e de proteger as novas gerações são, exatamente, elas que enfrentam a dor indescritível de verem os filhos serem recrutados e enviados para a frente. São elas, as pietàs, que enfrentam o medo constante de os perderem por uma causa que, independentemente da razão, não compreendem nem aceitam.
Ao observarmos a possibilidade de um alargamento do conflito, com o envolvimento mais direto de outros países, constatamos que o que pode começar como uma guerra regional, em concreto com a disputa pelo controle da Ucrânia pela Rússia e as tensões envolvendo as potências ocidentais, pode expandir-se rapidamente para um cenário global, com recurso ao uso de tecnologias militares avançadas, como armamentos nucleares. Aqui chegados, direi o que já todos sabem, que numa guerra dessa magnitude, os custos humanos serão incalculáveis e as mães, que estão no epicentro do sofrimento, terão de lidar com a morte, o desaparecimento e o sofrimento dos seus filhos.
Dos filhos que criaram e educaram para serem felizes e viverem. Além de que, o alargamento do conflito trará consigo muitas outras implicações: mudanças geopolíticas que afetarão não apenas os países diretamente envolvidos, mas também todas as outras nações do planeta; a diplomacia e as alianças entre potências, que hoje são frágeis, poderão desfazer-se completamente; e, até no campo económico, uma guerra dessa escala causará colapsos da economia, com aumentos nos preços dos alimentos, escassez de recursos e uma recessão global que prejudicará ainda mais a vida das famílias.
Mas a consequência mais devastadora de um conflito alargado será a destruição do próprio tecido social e humano. As mães, que representam a continuidade das gerações, serão as maiores vítimas deste processo. O alastramento do conflito resultará em milhões de mortes, com um impacto direto na educação, saúde, bem-estar e segurança das crianças e jovens. Serão eles quem mais perderá, designadamente, com a destruição de infraestruturas, a escassez de alimentos e os ataques indiscriminados a cidades. O sofrimento das mães nas zonas de conflito demonstra bem que, embora a guerra seja travada entre nações e exércitos, são os civis, em especial as mulheres, as crianças e os jovens, quem paga o preço mais elevado. E, por isso, hoje são as nossas vozes que se levantam em protesto contra a escalada da violência e que clamam por uma solução diplomática e pacífica. Na história, sempre foi possível ver a resistência das mulheres contra a guerra. Também, neste contexto atual de guerras, muitas mulheres, sejam elas mães ucranianas, ou russas, ou israelitas
ou palestinianas, têm-se levantado contra a violência, exigindo um cessar-fogo e a negociação de um acordo de paz. Para elas, para nós, a guerra não é uma solução, mas, antes, uma tragédia irreversível.
Ouçam! Ouçam o grito silencioso das mães da Europa e de outras partes do mundo, reclamando pela paz e exigindo um futuro sem mais mortes ditadas por guerras.
Ponha-se termo ao sofrimento de ver mães a enterrar os seus filhos. É pedir muito? … Porque o grito das mães, o nosso grito, é, em última instância, o protesto da humanidade contra a barbárie da guerra. Um grito contra a selvajaria e a incivilidade!

Lídia Praça

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