A freguesia de Beira Grande está situada no extremo sul do concelho de Carrazeda de Ansiães. É, de resto, a freguesia mais a sul do município, estando muito perto dos vizinhos distritos de Viseu e da Guarda.
Dista dez quilómetros da freguesia-sede, a vila de Carrazeda de Ansiães.
O povoado fortificado de S. Pedro, medieval, representa o remoto povoamento da área em que actualmente se insere a freguesia. Estava implantado num cabeço da margem esquerda do ribeiro do Cibio. As condições de defesa natural são boas e a posição topográfica também, dada a visão que se alcança sobre as terras em redor. O recinto interior seria defendido por um talude, que provavelmente corresponderia a uma linha de muralha.
Em termos de vestígios, apareceu no local cerâmica comum medieval e algumas mós. A própria toponímia também é um precioso auxiliar no que diz respeito à antiguidade do lugar. Vale de Martinho indicia um povoamento que terá começado, pelo menos, na época romana. Diz a lenda que, nesse lugar, um homem, ao colher figos a secar ao sol, viu de repente que os figos se tinham transformado em bolas de ouro.
Quanto a outros topónimos da freguesia, Canais - sistema de pesca fluvial, Cachão - acidente do rio, e mesmo Beira Grande têm evidente sentido geográfico. Há ainda um nome, Gafaria, que tem origem medieval e está relacionado com um hospital de leprosos.
A «Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira» diz o seguinte sobre o topónimo Beira Grande: «A significação é obscura: beira, ou, como aparece no latinismo tabeliónico do tempo, "béria", significa já no século XII a fronteira ou região fronteiriça; mas o sentido não convém aqui, sendo Beira Grande topónimo comparável, nesta obscuridade de sentido, a Beira Valente - aliás os dois únicos no País neste sentido desconhecido. Quererá o vocábulo significar aqui a topografia - "beira" por "costa" (encosta) do monte?».
Em termos administrativos, a freguesia pertenceu inicialmente à freguesia de S. Sebastião do Seixo, mas iria constituir depois freguesia independente. Pertenceu sempre ao termo de Ansiães.
No que diz respeito ao património edificado, uma primeira palavra para a Igreja Paroquial de Santo António. A fachada principal termina em empena truncada por sineira de dois sinos. O seu estado de conservação é excelente graças ao trabalho regular levado a cabo pela comissão Fabriqueira.
A Ermida de Nossa Senhora da Costa, situada no cimo do monte, é um dos mais importantes elementos arquitectónicos da freguesia. A capelinha substitui uma outra que aí terá existido em tempos remotos, representando muito provavelmente um culto pagão. Por fim, a palavra às lendas populares. A lenda da Fonte Santa diz que uma fonte a que acorriam muitos enfermos ficou seca quando tentaram curar lá um burro. A lenda da mulher da cabaça estará relacionada com os Caminhos de Santiago – trata-se de uma imagem de uma mulher com uma cabaça e um pipo.
Área: 1700 ha
População: Cerca de 250 habitantes
Património cultural edificado: Igreja Matriz, Nicho de Stº António, Imagem Grandiosa de Cristo Rei, Três Cruzeiros, um na Rua da Portela, outro na Rua S. Sebastião e outro no Lugar da Fonte Santa, Três Fontanários, um no Largo de Stº António, outro na Rua do Outeiro e outro na Rua da Lameirinha, Edifício da Junta, Escola Primária (desactivada)
Património Paisagístico: Miradouro no Lugar da Seara
Festas e Romarias: Festa de Stº António a 13 de Junho, Grande Festa de Stº António de dois em dois anos no 3º Domingo de Agosto
Gastronomia: Folar da Páscoa, Feijoada à Transmontana, Cabrito Assado no Forno, Caldeirada de Cabrito, Bolos Económicos (Biscoitos)
Locais de lazer: Campo de Futebol de Onze
Espaços lúdicos: Internet gratuita na Freguesia
Lenda: Lenda dos Figos, Lenda da Fonte que tinha Poderes Curandeiros
Orago: Stº António
Principais actividades económicas: Agricultura destacando-se a Vinha, Azeite, Amêndoa, Mel, Indústria de Construção Civil
Colectividades: Associação Cultural Desportiva e Recreativa da Beira Grande
in:retratoserecantos.pt
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(Henrique Martins)
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