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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

O moleiro, a moura e a cabra

Local: MACEDO DE CAVALEIROS, BRAGANÇA

Conta-se na aldeia de Vila Nova da Rainha, do concelho de Macedo de Cavaleiros, que houve um moleiro daquela povoação que, quando era novo, encontrou uma menina sentada numas fragas que há por ali perto, e que esta estava a pentear-se com um pente de ouro. Ao vê-la, e porque era muito bonita, pôs-se a olhar para ela. E a menina perguntou-lhe:
    — Ó moleiro, tu és solteiro?
    — Sou — disse ele.
    — Então casa comigo, e verás como ficas muito rico. Vem aqui amanhã, para eu te dizer o que tens a fazer.
    O moleiro ficou todo contente. E no dia seguinte lá foi. Só que nas mesmas fragas, onde esperava encontrar a menina, encontrou uma cabra. E, como se tal não bastasse, a cabra ainda se pôs a olhar para ele, com olhos de quem lhe queria dizer qualquer coisa. Então o moleiro, como ainda era novo, acagaçou-se todo, e fugiu. E nas suas costas, ouviu a cabra a dizer:
    — Ah, maroto, que dobraste o meu encanto!
    O moleiro parou, e só então percebeu que aquela voz, embora saísse da boca da cabra, era a voz da menina que lhe prometera casamento. Por isso retrocedeu para ir ter com ela. Mas já nada adiantou. A menina nada quis com ele. E disse-lhe que não voltasse a passar por ali, senão acontecer-lhe-ia uma grande desgraça.
    Por isso o moleiro — diz quem o conheceu — nunca mais por lá passou. E dizem ainda que, sempre que ele contava esta história a alguém, acontecia-lhe logo alguma coisa de mal.


Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros

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