A cidade de Mirandela, no distrito de Bragança, registou durante o verão um aumento exponencial de vítimas em acidentes rodoviários sem mortes, mas com mais do dobro de feridos, comparando com igual período do ano anterior.
Os dados foram avançados à Lusa pelo Comando Distrital de Bragança da PSP, responsável pelas cidades de Bragança e Mirandela, que decidiu reforçar a fiscalização naquele que é o segundo maior aglomerado populacional da região.
Embora a maioria dos acidentes tenha resultado apenas em danos materiais, em apenas quatro meses, entre junho e setembro, o número de sinistros subiu 32,5%, de 40 para 53, comparando com igual período de 2014. Já o número vítimas disparou de 16 para 35, 119%, resultado de atropelamentos nas passadeiras, despistes e colisões.
De acordo com o comandante distrital, Amândio Correia, entre janeiro e outubro, as duas cidades contabilizam 576 acidentes e um aumento absoluto de 28 vítimas, que corresponde a um aumento relativo de 33%, relativamente ao mesmo período de 2014.
Porém, enquanto na capital de distrito, Bragança, não se verificaram alterações significativas, Mirandela lidera com 292 acidentes.
Segundo o comandante, se "nos primeiros cinco meses de 2015 não ocorreram variações muito significativas, já nos meses de junho, julho, agosto e setembro registou-se um aumento "exponencial" e "bastante significativo".
As artérias da cidade transmontana onde ocorreram mais sinistros são as avenidas das Comunidades Europeias, Olímpio Guedes de Andrade e das Amoreiras, a Estrada Nacional 15, no acesso Oeste à A4, e a rua Eng. Machado Vaz.
Do total de acidentes com vítimas apenas nove por cento são atropelamentos, mas estes provocaram 27% dos feridos, cerca de 20% dos quais em estado grave, o que significa que mais de metade, concretamente 58% do total de feridos graves registados resultaram dos atropelamentos.
A maioria dos sinistros (76%) são colisões, que provocaram metade das vítimas totais, sendo que este foi o tipo de acidente que mais aumentou em 2015, sobretudo nos meses de verão e que originou o maior aumento de vítimas.
Os despistes representam 15% dos acidentes e causaram cerca de 23% dos feridos.
O comandante Amândio Correia explicou que "não é possível avançar com as causas dos acidentes de forma fundamentada", todavia salientou que "dentro dos perímetros urbanos, os acidentes estão geralmente ligados à distração dos condutores, condução ofensiva e descuidada, velocidade excessiva e desrespeito pela sinalização".
A Polícia decidiu adotar medidas de reforço da fiscalização, com a presença assídua de radar fixo e móvel de controlo de velocidade nas zonas com maior sinistralidade, um aumento dos testes de álcool e da visibilidade policial.
Até outubro, já foram detetadas, em Mirandela, 202 viaturas em excesso de velocidade, quase tantas como em todo o ano de 2014, que somou 209 infrações.
Quase metade (47%) são infrações detetadas em 2015 são graves ou muito graves, que ultrapassam em muito o limite de velocidade permitida. Em 2014, a maioria (81%) das infrações corresponderam a contraordenações leves.
Também o número de condutores submetidos ao teste do álcool aumentou de 747 para 1077, com apenas quatro a conduzirem com taxas superiores às permitidas por lei.
HFI // MSP
Lusa/fim
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