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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O NORDESTE TRANSMONTANO NA AGENDA SMART

Em 2014, o Nordeste Transmontano teve a sua estreia na realização de um evento no âmbito do conceito smart. O Smart Travel escolheu a região para debater o turismo inteligente. Este ano, o evento volta a ter lugar, discutindo, agora, os desafios das Pequenas e Médias Cidades. Em entrevista, Hernâni Dias, presidente da câmara municipal de Bragança, avalia a importância do encontro para o território.


Hernâni Dias
Qual foi o impacto do Smart Travel’14 na região e o que mudou?

O principal impacto e, talvez, o mais importante foi ter colocado o Nordeste Transmontano na agenda dos grandes fóruns mundiais na área das smart cities, reunindo os mais conceituados especialistas mundiais que partilharam experiências, conhecimento, casos de sucesso, ideias e projectos sobre turismo inovador. Por outro lado, despertou, nos diferentes agentes locais, públicos e privados, o interesse nas questões smart ligadas à temática do turismo. O evento foi, também, um veículo importante de promoção territorial deste reino maravilhoso, que surpreendeu, pela positiva, muitos dos oradores que se deslocaram ao Nordeste Transmontano.

O Smart Travel deixou uma marca?

Sem dúvida. Na minha opinião, este foi o evento mais importante realizado, em 2014, no Nordeste Transmontano, com uma marca de qualidade, tanto a nível de organização, como a nível do território.

É vossa intenção dar continuidade ao evento?

Sim. Faz todo o sentido dar continuidade ao evento, integrando-o na estratégia concertada de tornar este território numa smart region, mais inovadora, dinâmica, sustentável, participativa e com acções mais próximas dos cidadãos.

Quais são as expectativas? De que forma este congresso pode contribuir para o desenvolvimento e promoção da região?

As expectativas são elevadas. Durante dois dias (4 e 5 de Dezembro de 2015), o Nordeste Transmontano voltará a ser o centro de todas as atenções, no que concerne ao debate e reflexão sobre novas formas de turismo inovador, potenciador de novos fluxos turísticos, com impacto na economia local e promoção da região.  O debate sobre os desafios das pequenas e médias cidades deverá servir para chamar a atenção para o grande potencial de algumas cidades e territórios de zonas mais desfavorecidas, mas que em nada ficam atrás de outras zonas privilegiadas em termos de investimento público.

Em 2014, o Smart Travel teve como tema principal o Turismo, os destinos inteligentes. Este ano, adiciona a temática das Pequenas e Médias cidades. Quais são os problemas destas urbes de menor dimensão?

Os principais problemas, generalizados aos territórios de baixa densidade, são, por um lado, o envelhecimento populacional, as baixas taxas de natalidade, o povoamento disperso e a baixa densidade populacional, as externalidades negativas que condicionam o processo de desenvolvimento e de criação de valor. Por outro lado, a escassez de oportunidades de emprego para os jovens, adequadas às expectativas de uma população cada vez mais instruída e exigente, resultante das sucessivas políticas centralistas que têm canalizado a maior fatia de investimento público e as estratégias de desenvolvimento territorial para uma estreita faixa do Litoral.


E as potencialidades?

Destaco a hospitalidade e determinação das gentes transmontanas, a proximidade e as excelentes relações com Espanha, assim como a ímpar gastronomia confeccionada, por mãos sábias e com produtos de excelência. Esta região é rica em história e tradições, como testemunha o seu enorme património edificado e tem uma imagem consolidada de tranquilidade e segurança. A elevada qualidade ambiental, com grande percentagem de áreas protegidas e a riqueza da fauna e da flora (Reserva da Biosfera pela Unesco), é uma marca de referência privilegiada no âmbito turístico de montanha e natureza.

Que desafios se colocam?

Os principais desafios, do meu ponto de vista, são conseguir estancar a crescente perda de população do meio rural, criar novos fluxos de turismo, aproveitando as potencialidades dos recursos endógenos e captar mais investimento privado, gerador de riqueza e emprego, fundamental para a fixação e atracção de população.  

Como as soluções smart podem contribuir para o desenvolvimento económico do território?

No actual contexto europeu, num ambiente global de mercados sem fronteiras, a criação e implementação de estratégias baseadas na inovação e sustentabilidade é, seguramente, o caminho que permite gerar mais riqueza, empregos e desenvolvimento territorial. A qualidade de vida dos cidadãos também deverá estar sempre presente na definição destas soluções.

Como o turismo pode ser uma solução para o desenvolvimento da região?

É inquestionável que o sector do turismo é um pilar fundamental para o necessário e desejado desenvolvimento sustentável desta região. Cientes dessa importância têm sido promovidos várias iniciativas e eventos que visam tornar Bragança (distrito) num destino turístico por excelência. Neste âmbito destaco o projecto Bragança, Terra Natal e de Sonhos, que decorrerá de 1 de Dezembro a 6 de Janeiro de 2016, com um conjunto de actividades que estou certo de  que trará a este território muitos turistas, contribuindo para a dinamização da economia local. Por outro lado, tem havido uma grande aposta em acções de marketing territorial, em Portugal e de forma especial em Espanha.   

Quais são as ambições de Bragança enquanto cidade/território inteligente?

Bragança está a construir as bases para, no médio e longo prazos, se tornar numa verdadeira Ecocidade e Smart City. É esse o nosso objectivo estratégico, a nossa ambição, a nossa visão, que estou certo que será alcançado, com a participação e envolvimento dos diferentes agentes locais. Para tal, continuaremos a apostar em projectos inteligentes, inovadores, criativos e com valor acrescentado, capazes de gerar bem-estar e melhor qualidade de vida para os cidadãos, com acções mais amigas do ambiente, mais eficientes na gestão dos recursos e geradoras de emprego, assentes numa estratégia participativa, empreendedora, criativa, intelectual, inovadora e sustentável.

Que soluções inteligentes existem instaladas em Bragança e no território e que soluções estão pensadas para o futuro?

Em 2015, quatro cidades foram consideradas as mais inteligentes de Portugal. Bragança é uma delas. É um dos 25 municípios de Portugal que integra a Rede Piloto de Mobilidade Eléctrica, contando já com oito postos de carregamento na cidade. Os edifícios-sede do Município (a casa de todos os brigantinos) são uma referência em termos de inovação e sustentabilidade, tendo sido galardoados com o Prémio Inovação. O Brigantia EcoPark é um espaço inteligente e sustentável de ciência e tecnologia para apoio a empresas consolidadas e a empresas incubadas, ambas de base tecnológica, nos clusters da eco construção, eco energia, eco turismo e produtos tradicionais. Possui ainda espaços laboratoriais para apoio à investigação, desenvolvimento e inovação. Bragança tem em funcionamento um serviço inteligente de pagamento do estacionamento de viaturas (Meo Parking). Com uma rede de ciclovias urbanas, já com 8 km, e um sistema inovador de bicicletas eléctricas partilhadas, os cidadãos podem desfrutar das dinâmicas da cidade e sentir o seu pulsar. Toda a frota municipal dispõe de um sistema inovador de georreferenciação. Estamos empenhados em desenvolver uma atitude participativa da comunidade local, envolvendo os cidadãos em projectos e iniciativas. Iniciámos em 2015 um novo processo de participação cívica (Orçamento Participativo), com o objectivo de estimular e envolver todos os cidadãos na definição das prioridades de governação local, elevando assim o seu sentimento de pertença. Queremos uma cidade mais amiga do ambiente, que esteja mais atenta aos cidadãos e ao seu bem-estar. Queremos sentir as emoções e motivações das pessoas, para que estas sejam ainda mais felizes e orgulhosas. Todo este território deverá enveredar por este caminho, aproveitando a marca “Reserva da Bioesfera”, por forma a que a região se transforme numa smart region.

O Brigantia EcoPark (Centro de Ciência e Tecnologia) juntou-se na promoção do Smart Travel a dois GAL (DESTEQUE e CORANE). São entidades diferentes, têm objectivos comuns?

Embora sejam entidades diferentes, com objectivos próprios, têm como missão comum promover o desenvolvimento integrado e sustentável do território em que se inserem, situação só possível com o envolvimento de todos, numa verdadeira simbiose de vontades.

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