Uma alteração legislativa que puna a não utilização de dispositivos de segurança nos tractores e máquinas agrícolas é defendida pela Autoridade para as Condições de Trabalho.
Para Lília Condado, directora do Centro Local do Nordeste Transmontano da ACT, é necessário ainda mais formação e mudar mentalidades no sentido de adoptar mais frequentemente boas práticas de segurança para combater os acidentes nos trabalhos agrícolas.
“Uma das medidas é realizar acções de formação, outra forma passará pela alteração legislativa e pela penalização, porque um dos factores de maior sinistralidade é a falta de utilização do arco de segurança, porque legalmente o uso não é obrigatório, e pode ser retirado”, considera.
O sector agrícola é o terceiro no qual se registam mais casos de acidentes no trabalho a seguir à construção civil e à indústria transformadora.
A responsável do centro local da ACT revela que apesar de este ano não se ter registado um aumento de mortes resultantes de acidentes com tractores na região, o número continua a ser preocupante e as causas são várias. “É um fenómeno que tem uma grande dimensão, muitas vezes não é a sua profissão principal, o uso de álcool, a idade do trabalhador e da própria máquina, as verificações periódicas que não são feitas e a falta de acções de sensibilização e de formação”, enumera Lília Condado.
A prevenção de riscos profissionais em máquinas e equipamentos de trabalhos agrícolas foi o mote para um workshop promovido pela Confederação dos Agricultores de Portugal destinada a trabalhadores e associações deste sector, na casa do Lavrador, em Bragança. A segurança na aplicação de produtos fitofarmacêuticos, as lesões músculo-esqueléticas na agricultura e as obrigações das entidades empregadoras foram outros dos temas abordados.
Escrito por Brigantia
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