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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Memórias Arqueológicas e Históricas dos concelhos de Bragança e Vimioso

Trás-os-Montes já foi Província, na nova nomenclatura, as aldeias ou cidades são coligadas a Distritos, Concelhos ou Regiões, como agora o é Trás-os-Montes e Alto Douro, portanto, podemos citar como exemplo as aldeias de Rio Frio/Bragança e Carção/Vimioso.
Essas duas aldeias, que possuem as suas “Juntas-de-Freguesia”, são coligadas aos concelhos de Bragança e de Vimioso. De eras muito distantes, as duas aldeias são monumentos históricos da “BENEDICTINA LUZITANA” como podemos detalhar:
RIO FRIO:  Já foi Rio Frio do Monte, Rio Frio de Outeiro e hoje tão somente RIO FRIO, e na era Romana era RIVO FRIGIDO DE MONTE. Em Latim, foi fixada a “Doação de Rio Frio do Monte” em documento do “Rei Alfonsus Portugaliae Rex” e já em lusitano arcaico: “Conhecida cousa seja per esta carta que em presença de mym Alvaro Piriz tabaliam d’Ell Rey de Portugal e do Algarve em Bragança e das testemunhas que ao adiante som escritas para esto espicialmente chamados e rogados dom Frey Payo abade do Mosteiro de Castro d’Avellanes e Frey Affonso prioll e comvento desse mosteiro e lugar derom e outorgarom a todollos povoadores que som e que am de vir  e a toda sua geeraçom a Villa de Rio Frio de Monte e com seus termos asy como os ora elles am e que façam emde sessenta casaes e que lhe dem emde de cada casall”. Portanto, essa escrita em cartório dessa época firmou a doação das terras aos habitantes de RIO FRIO, foi datado de 08 de Fevereiro de 1299, sendo que, em Bragança no Museu Municipal conserva-se em pergaminho o texto original desse documento, e esse original o dá como da era de 1384.
Rio Frio está localizado entre os Rios Sabor e Maçãs, pertence ao Concelho de Bragança,e vem de uma era pré romana “Rivulus Frigidus do Monte” e na doação que D.Afonso Henrique fez ao mosteiro do Castro de Avelãs no ano de 1144. Nas suas terras atuais, possui a Igreja Matriz, duas capelas e a Casa do Povo, a Capela de N.S.das Dores e no monte tem a Capela de Nossa Senhora das Necessidades. Rio Frio dista de Bragança em 13 km.
Portanto, RIO FRIO, perde-sena noite do tempo, veio certamente dum castro da era pré-romana, onde o castro era uma construção fortificada que as populações o faziam para defender-se das ordas romanas e em cima dum monte e de uma era provável dos séculos VII Antes de Cristo até o século II da nossa era. Salve portanto, o magistral RIO FRIO, que herdou o maravilhoso RIVO FRIGIDO DO MONTE da era Romana e RIVULUS FRIGIDUS DO MONTE da era pré-romana.
CARÇÃO: pertence ao concelho de Vimioso e ao seu distrito, e como Rio Frio vem também de eras pré-romanas, basta vermos a Ponte Romana nessa freguesia, além disso obras feitas pelos mouros, como o Castelo dos Mouros e já na idade média, em 1187, já houve negociação entre o Rei D.Sancho I e o Convento de Castro  de Avelãs, efetuando em troca a povoação de Carção, sendo que houve um aumento de população a partir do século XV, quando houve a expulsão dos judeus da Espanha que no ano de 1492 entraram os expulsos em Trás-os-Montes e milhares de pessoas ali se localizaram, mormente em Carção, que nessa época  já era conhecida como “Garçam” e em seguida Garção. Até o ano de 1853, pertencia ao concelho de Outeiro e em seguida Carção passou para o concelho de Vimioso. Evidentemente nada provável, o nome da Freguesia pode ter vindo da idade dos Celtas, pré-romana, ou seja a palavra de hoje Carção significava “rocha” na língua Celta, ou como provavelmente se conhece agora que Garçon significava moço, mas como sempre existe a corruptela das palavras nas línguas, Carção  em 1187 era conhecida como Carzom e em 1530 como Carçom, já haviam trocado o G pelo C. Ela também sofreu grandes modificações quando da invasão dos mouros, o fato geral é que como Rio Frio, Carção vem também da noite do tempo, de épocas ancestrais, muito antes da era dos Celtas e depois dos romanos e dos mouros e hoje ela como Rio Frio, representam as maravilhas de um tempo que passou, e que ficou na memória eterna do nosso querido e eterno PORTUGAL.

Adriano Augusto da Costa Filho
Membro da Casa do Poeta de São Paulo, Movimento Poético Nacional, Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores, Academia Virtual Poética do Brasil, Ordem Nacional dos Escritores do Brasil, Associação Paulista de Imprensa, Associação Portuguesa de Poetas/Lisboa e escreve quinzenalmente para o Jornal Mundo Lusíada.

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