Local: Vilas Boas, VILA FLOR, BRAGANÇA
Informante: Maria Luisa Morais (F), 80 anos
Nossa Senhora apareceu a uma menina que encontrou sozinha à beira do cabeço. Como tinha lepra, tinha de fugir das pessoas. Então Nossa Senhora perguntou-lhe:
— Tu queres-te curar?
— Quero — disse a menina.
Então Nossa Senhora com a mão fez uma poça na terra, de onde começou a sair água. E disse à menina para se lavar naquela água. A menina lavou-se e já parecia outra. Curou-se. Foi toda contente para a povoação, onde algumas pessoas acreditaram nela e outras faziam pouco dela. As que acreditaram fizeram uma capela no alto do Cabeço. Só que, mesmo assim, a devoção era pouca, pois à capela até o gado ia dormir.
Então Nossa Senhora voltou a aparecer à menina. Deu-lhe uma vela e disse:
— Agora vais e levas esta vela acesa ao redor da povoação.
A menina foi. Era uma noite de muito vento e conseguiu dar a volta a toda a aldeia sem que a vela se apagasse. O povo acreditou neste milagre e fez então uma capela a sério. Nunca mais o gado lá dormiu.
Depois Nossa Senhora quis levar a menina com ela. Dizia que iria tomar conta dela. Mas o pai não deixava, pois precisava dela para trabalhar. E diz que então se formou um clarão muito forte e viu-se ir a menina pelo ar até que desapareceu. E no lugar em que desapareceu, o povo construiu um cruzeiro, que ainda lá está. E no lugar onde saiu aquela pocinha de água, fez-se uma fonte a que chamam a “Fonte da Senhora”. É uma fonte santa que tem feito muitos milagres.
Fonte:PARAFITA, Alexandre Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2 Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010 , p.282
Número total de visualizações do Blogue
Pesquisar neste blogue
Aderir a este Blogue
Sobre o Blogue
SOBRE O BLOGUE:
Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
(Henrique Martins)
COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Quer para os crentes, quer para os não crentes, uma história, lenda!!! de encantar.
ResponderEliminarMuito do nosso património religioso escondido por essas aldeias e despovoados, têm origem em histórias como esta.