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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Lenda da calçada de Alpragares - Poiares

Local: Poiares, FREIXO DE ESPADA À CINTA, BRAGANÇA


O que ha de mais notavel n’esta freguesia, é a celebre ponte e calçada de Alpragares – sendo aquella de um só arco, mas grande, e esta muito ingreme.
    Estão bem conservadas, apezar da sua muita antiguidade.
    São construidas de pequenos seixos rolados, extrahidos do rio Douro – que corre proximo ao S.
    […]
    O povo rude d’estes sitios, attribue esta construcção a arte diabolica, e de paes a filhos tem passado a seguinte lenda:
    Em tempos antigos, era tudo por estes sttios barrancos e pricipicios medonhos, sem haver um atalho sequer. 
    Sobre o ribeiro, não havia ponte, nem cousa que, mais ou menos rudimentarmente a substituisse.
    Em uma noite, veiu aqui ter um viandante, a cavallo; e, como tivesse urgente necessidade de continuar a sua jornada, e isso lhe fosse absolutamente impossivel, no meio da sua desesperação, pediu a Deus e ao diabo que lhe valessem em tão apertada conjunctura.
    Foi o diabo que appareeeu ao reclame, e lhe disse:
    «Se me deres a tua alma, antes que cante o gallo preto, te darei uma ponte, para atravessar o ribeiro, e uma estrada, para seguires a tua viagem sem o minimo perigo.»
    O cavalleiro acceitou, e Satanaz poz logo mãos á obra; mas quando o infernal pedreiro conduzia as duas ultimas pedras da guarda da ponte, canta o gallo preto, e o homem pôde atravessal-a e seguir seu caminho sem comprometter a sua alma.
    A unica desforra que pôde ter o diabo, foi atirar para longe as duas pedras, e fugir para o seu tenebroso reino.
    Ainda hoje, qualquer pessoa d’esta terra, mostra na ponte o sitio onde deviam ser collocadas as duas ultimas pedras.

Fonte:PINHO LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Portugal Antigo e Moderno Lisboa, Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, 2006 [1873] , p.Tomo VII, p. 114

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