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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

BRAGANÇA - Trabalhos Arqueológicos em Obras de Particulares

Representação simplificada da sondagem 1
do n.º 60 da rua de S. Francisco
Rua de S. Francisco, Nº. 60 em Bragança
No âmbito do trabalho desenvolvido pelo G.T.L., a Autarquia também prestou apoio técnico na área da Arqueologia aos particulares.
Esta cooperação iniciou-se com a intervenção realizada no edifício de habitação unifamiliar sito na rua de S. Francisco, n.º 60, com a abertura de sondagens em fase prévia às obras de remodelação nele efectuadas e acompanhamento de remoção de terras em fase de execução do projecto.
No inicio do século XIX, conforme revela a planta de 1801 (JACOB, 1997: 39), a rua de S. Francisco era o único arruamento que existente entre a rua da Alfândega (actual rua Eng. José Beça) e a capela de S. Sebastião, passando pelo convento de S. Francisco. Nela não existe construção alguma no local onde se encontra o edifício em causa. No lado oposto, para além do referido convento, localiza-se o Convento das Beneditinas, fundado em 1590 (JACOB, 1997:94), hoje reduzido à sua igreja9. Nas outras plantas que se conhecem desse século, 1878 (POTIER, 1944) e 1897 (LOPO, 1983), um novo arruamento aparece: a rua de Cima de S. Francisco (actual D. Maria I), que se unia à rua de S. Francisco com a mesma disposição de hoje (JACOB, 1997: 40). Entre uma e outra, um novo conjunto de edifícios foi construído. Nele se inclui o actual n.º 60.
As sondagens aqui realizadas revelaram uma cavidade arredondada escavada na rocha que, através de um pequeno canal, também rebaixado no afloramento, com secção trapezoidal e cobertura em materiais de construção argamassados, entroncava numa caixa de visita (onde, no lado oposto, terminava outro canal semelhante), e daqui, através de manilhas de grés (que substituíram a anterior canalização de pedra) se ligava ao exterior. Aparentemente, esta cavidade, localizada na sond.1, destinava-se a receber e armazenar águas provenientes de um orifício horizontal, com c. 75 cm de comprimento, também ele escavado na rocha, e que, uma vez atingida a cota a que se encontrava o canal, eram por este drenadas para o exterior.
Da reduzida estratigrafia foi recolhido um conjunto de materiais vítreos, metálicos e, mormente, cerâmicos, enquadrável nos séc. XIX-inícios do séc. XX.
Peças do espólio recolhido no n.º 60 da rua de S. Francisco:
fragmento de malga de produção nacional
com decoração policroma e peça asada
com vidrado de chumbo no interior.
Cronologia: século XIX
Rua dos Combatentes da Grande Guerra, número 10/12 Bragança
No edifício de habitação unifamiliar sito na rua dos Combatentes da Grande Guerra, n.º 10/12, próximo da igreja de S. Vicente, foram realizadas sondagens em fase prévia às obras de remodelação de que foi alvo.
Os trabalhos aqui realizados revelaram dois canais rasgados no afloramento, cobertos por blocos de pedra, que correspondem à antiga canalização do edifício, destinada à drenagem de águas provenientes do seu exterior e ao saneamento.
Foi ainda detectada uma área escavada na rocha, de planta aparentemente quadrangular, semelhando um “tanque” ou cisterna, que se encontrava completamente entulhada com fragmentos de afloramento. Um pequeno rasgo, tapado em fase posterior, permitia a sua comunicação com o canal que lhe era paralelo.
O aparecimento de água no seu interior impediu que levássemos a escavação até à sua base.
Apesar da proximidade, não foram detectados quaisquer indícios relacionáveis com a igreja de S. Vicente, nomeadamente, eventuais vestígios da sua necrópole, ou com os níveis romanos encontrados na rua Abílio Beça.
O conjunto do espólio — que inclui fragmentos de faiança, cerâmica comum, cerâmica com vidrado de chumbo, e pregos, telhas e vidros recentes, para além de alguns objectos plásticos — é enquadrável no período contemporâneo, parte do qual será, obviamente, bastante recente.
Exemplar de peça em cerâmica de Pinela,
com decoração incisa, recolhida na rua dos
Combatentes da Grande Guerra, n.º 10-12
Nota Final
Ainda que terminado o período de vigência do G.T.L., prevê-se a continuidade do apoio técnico na área da Arqueologia prestado aos particulares, quer para realização de sondagens prévias a obras, quer para acompanhamento em fase de execução de projectos, quer, ainda, para elaboração de cadernos de encargos para contratação de serviços de arqueologia, salvaguardando-se, assim, o património arqueológico eventualmente existente no subsolo da cidade.


in: Bragança um olhar sobre a História
Publicação da C.M.B.

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