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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Reitor da UTAD diz que fusão com o Politécnico de Bragança "é inevitável"

Professor catedrático em Engenharia Zootécnica, Carlos Sequeira é reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) desde 2010. Não vai completar o mandato de quatro anos, porque acha que é tempo de entrar sangue novo numa instituição que tem de ser mais empreendedora. Deixa um rasto de polémicas. Aborda-as numa entrevista feita ao som de música clássica, um dos prazeres maiores do reitor.

Já disse que a UTAD está "no limite das suas capacidades", dado os cortes sofridos nas transferências do Estado. A situação é insustentável?
Creio que sim. De 2010 até 2012 tivemos de acomodar seis milhões de euros de cortes. Fomos obrigados a fazer cobranças coercivas, por via judicial, a alguns clientes da universidade, como autarquias, para obter receita. Não somos capazes de acomodar mais qualquer corte. "
Reduziu pessoal docente e não docente?
Quando me candidatei, disse uma coisa muito clara: saio se, por acaso, causar alguma tensão social numa instituição que pugna pela coesão territorial. Como tem havido muitas aposentações, optámos por não fazer qualquer renovação de quadros.
É reitor desde 2010 e está à beira de passar o testemunho. Sente-se cansado?
Disse sempre que este mandato seria de transição. Uma universidade tem de ser diversa e universal, para poder oferecer todas as áreas de conhecimento. E, para isso, temos de fazer uma inflexão para uma universidade mais empreendedora.
E já não se sente com forças para liderar esse projeto?
Temos tanta gente jovem e de valor, com sangue novo para agitar os programas......
Durante três anos e meio, colecionou polémicas. Uma delas foi com a Câmara de Chaves, onde a UTAD tem um polo. Se dependesse de si, já tinha fechado?
Não. Entendo que a coesão territorial também se baseia numa rede de ensino superior, logo seria contranatura defender o fecho do polo de Chaves.
Mas, então, por que motivo o presidente da Câmara de Chaves o acusa de querer encerrar o polo?
Isto é como a bolsa: sobe e desce. A UTAD está a fazer uma aposta naquilo a que chama o Campus de Água, trabalhando em torno desse recurso natural. O relacionamento com o polo de Chaves passará por aí.
Outra das controvérsias tem a ver com a integração do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) com a UTAD. O senhor defende-a, o presidente do IPB recusa-a. Ela é inevitável?
É inevitável, para ganhar escala e cortar custos. Há valências do IPB que complementariam valências da UTAD e vice-versa. Hoje temos uma proliferação de formações que considero suicida, porque vão sendo esvaziadas de alunos. Dou o exemplo da própria UTAD: a massa científica que está aqui ancorada em torno das ciências florestais recebe apenas um, dois ou três alunos. Isto é insustentável e especialmente grave nos territórios de baixa densidade. Corremos o risco de termos universidades à míngua no Interior.
Em outubro do ano passado, 5 dos 6 membros cooptados do Conselho Geral (CG) da UTAD demitiram--se acusando a instituição de "inércia interna altamente lesiva dos superiores interesses da universidade".
Nem eu nem a academia nos revemos nessas acusações. Basta ter o Google ativado e estar atento aos jornais para ver o que a UTAD faz. Interpretei o comunicado sob duas perspetivas. Ele tem subjacente um alerta para o que está a passar-se na rede de Ensino Superior, no que diz respeito aos cortes. Por outro lado, poderá traduzir alguma divergência de opinião.
Quer especificar?
Defendo uma universidade aberta a todas as áreas de conhecimento, potenciando, inclusivamente, áreas de interface com a Saúde.
Essa aposta em Medicina foi vetada pelo CG?
Foi. O mandato do conselho acabava em fevereiro. Há várias maneiras de sair. Uma delas é um grito de impotência, como eu próprio sinto quando se diz que temos médicos a mais......
O CG também aludiu à "proteção de alguns interesses específicos que parecem dominar a UTAD". O que é que isto quer dizer?
Não faço ideia. A polémica foi esta: discordamos que se abram concursos para as Humanidades quando a nossa matriz identitária são as ciências agrárias e há uma grande faixa agrícola vazia entre Bragança e Castelo Branco. Eu defendo uma universidade eclética, ao contrário do que defendia o CG.
A indução do desenvolvimento regional é o principal papel da UTAD?
É uma grande componente da nossa missão, sem dúvida. Mas, para fazer só isso, bastaria apenas um politécnico. As universidades devem ser um repositório de conhecimento.
Mas a UTAD não deve adequar os cursos que ministra à realidade regional?
Veria essa componente mais no politécnico. Defendo um ecletismo trabalhado em rede. Se assim não for, corremos o risco de funcionar muito em defesa da capelinha.

in:jn.pt

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