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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 27 de abril de 2013

Comércio de Miranda cai de 150 para 15 milhões em duas décadas

foto RUI MANUEL FERREIRA/GLOBAL IMAGENS

Os espanhóis ainda vão a Miranda do Douro, mas atraídos mais pelo turismo do que pelas compras. Sem clientes, as lojas, sobretudo de atoalhados e móveis, vão decaindo. Muito longe vai o tempo das vacas gordas.
Da camioneta saíram duas mãos cheias de madrilenos, subiram a rampa do estacionamento e dividiram-se em dois grupos. A maior parte virou à esquerda, para o centro turístico de Miranda do Douro; alguns, poucos, viraram para a zona comercial, onde se estendem lojas sobretudo de têxteis e mobiliário. Mas mesmo esses, queixaram-se os lojistas, querem mais ver montras do que comprar.
Os comerciantes de Miranda do Douro já chegaram a vender 150 milhões de euros por ano, nos anos 80, diz o presidente da câmara, Artur Nunes. Agora, vendem menos um zero, não mais do que 15 milhões, estima.
São os espanhóis que, também a braços com a crise e um desemprego ainda maior do que o português, visitam menos a cidade e, sobretudo, trazem menos dinheiro no bolso, avança Augusto Cardoso, dono dos Armazéns Arco, a primeira loja de quem vem do estacionamento. "Fomos a primeira casa da zona nova, estamos aqui há 27 anos e, de longe, esta é a pior crise", lamenta.
A primeira grande machadada nos cofres dos lojistas veio com o euro, quando o negócio do câmbio da peseta desapareceu. Clementina Martins, de 76 anos toma conta da loja de móveis do filho, uma das poucas a fugir do design tradicional, e lembra-se bem desse tempo. "O que não ganhávamos no lucro ganhávamos no câmbio", conta. Depois veio a crise, sobretudo nos dois últimos anos. "Tenho promoções de 50%, mas nem assim vendo", diz.
Andando pela rua vêem-se lojas vazias. Não é só por ser dia da semana e a chuva não dar descanso, dizem os comerciantes. Os fins-de-semana soalheiros são melhores, mas mais para o turismo, não tanto para o comércio.
É o caso do grupo vindo de Madrid. Sílvia Gomes dispara num castelhano enrolado que veio passear. "Para as compras há pouco tempo e ainda menos dinheiro", diz. Mais abaixo, na zona comercial, a também madrilena Dorinda Lopes Moreira salva o dia ao sair de uma loja de saco na mão. "Gostava de levar mais coisas, mas não pode ser", diz, apressada para regressar à camioneta.
Novas e de cara lavada
Sem clientes, lojas apinhadas de artigos vão definhando, dando sinais de uma desolação que se auto-alimenta. Os comerciantes lamentam-se, mas falta saber como reagirão à proposta de renovação que a câmara planeia apresentar até ao final do ano.
O autarca Artur Nunes quer fazer de Miranda um "shopping" ao ar livre, com novas lojas que sirvam de chamariz a clientes e as atuais de cara lavada. O projeto ainda não está pronto, mas implicará mudar hábitos de décadas e investir dinheiro, numa altura em que ele não abunda.

in:jn.pt

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