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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Desvio de dinheiros está a marcar a época de incêndios nos bombeiros de Macedo de Cavaleiros

A época de fogos abre envolta em polémica nos bombeiros de Macedo de Cavaleiros, distrito de Bragança, devido a uma inspeção que aponta um alegado desvio de dinheiros e à rejeição do carismático comandante da corporação.

A Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) não homologou a nomeação proposta pela direção da Associação Humanitário dos voluntários de João Venceslau, conhecido na região como comandante Joca, que esteve à frente da corporação durante quase 20 anos.

A decisão seguiu-se à conclusão de uma inspeção da ANPC que detetou um alegado desvio de dinheiros destinados às épocas de incêndios de 2012, 2013 e 2014 e pede a devolução de cerca de cinco mil euros.

"Nós não precisamos de estar a fazer manobras para roubar cinco mil euros", afirmou à Lusa António Batista, presidente da direção que em dois anos garante ter posto em ordem as finanças de uma corporação que devia 300 mil euros e viveu asfixiada sem ninguém que lhe fiasse combustível ou peças para viaturas.

António Batista escusou-se a entrar em pormenores sobre as conclusões da inspeção da ANPC, adiantando apenas que já contestou a mesma e sugerindo que "vão ver as contas de 2013 e 2014" da associação.

Em causa estará um alegado esquema conhecido das corporações de bombeiros e que se prende com a utilização das verbas que ANPC distribuiu para as equipas de combates a incêndios florestais (ECIN).

Cada uma destas equipas é composta por cinco elementos e a Proteção Civil paga 45 euros por elemento que nem sempre irão parar na totalidade ao bolso dos que prestam serviço.

A corporação de Macedo de Cavaleiros chegou a ter afixado no regulamento interno para estas equipas - e observado por inspeções anteriores - que o valor a pagar era de 44 euros.

O euro remanescente ia para as chamadas "sobras" e seria usado para compra de equipamento.

Até ao verão passado, a verba paga pela ANPC às ECIN destinava-se à "manutenção" das equipas, mas nesta época a circular nacional foi alterada e impera o pagamento direto ao elemento.

Os resultados da inspeção feita às contas de Macedo de Cavaleiros terão ditado a não homologação da nomeação de João Venceslau para comandante, embora na época de fogos de 2014 não fosse o responsável pela corporação.

João Venceslau era segundo comandante do Centro Distrital de Operações e Socorro (CDOS), em Bragança, e aos bombeiros de Macedo de Cavaleiros foram comandados por Rómulo Pinto atual segundo comandante do CDOS, função que assumiu quando João Venceslau deixou este cargo e regressou a Macedo de Cavaleiros, em setembro de 2014.

Nessa ocasião, a direção deu início ao processo de nomeação de João Venceslau novamente para comandante e o processo ficou agora concluído com a recusa da ANPC alegando, segundo o ofício a que a Lusa teve acesso que "não estão reunidas as condições para dar continuidade ao processo de nomeação" e pedindo à direção que proponha "um novo elemento para desempenhar o cargo".

O presidente da direção disse à Lusa que em dezembro termina o mandato e não tem intenções de ficar, pelo que até lá "fica tudo na mesma", com Luís Fernandes como comandante interino, e a próxima direção que decida.

Contactado pela Lusa, João Venceslau afirmou que não sabe de nada oficialmente, que estranha "todo o desenrolar do processo a nível temporal" e que só irá pronunciar-se sobre o caso quando conhecer os fundamentos da não nomeação.

O ex-comandante que já tinha enfrentado uma tentativa de afastamento, em 2012, depois de regressar de um período de ausência motivada por uma acidente quando manuseava um carro dos bombeiros.

O caso está a gerar discussão nas redes sociais e na comunidade local.

A concelhia do PS de Macedo de Cavaleiros reuniu-se, na segunda-feira, com a direção da associação e espera que "tudo isto não passe de um mal-entendido".

"Confiamos que isto se vai resolver e que as pessoas implicadas são pessoas com provas dadas", afirmou à Lusa Pedro Mascarenhas, presidente da concelhia socialista.

O presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Duarte Moreno, afirmou à Lusa que está "muito preocupado" com a situação e a fazer diligências para conhecer o relatório da inspeção.

O autarca social-democrata que é o responsável municipal pela Proteção Civil apela às pessoas que "aguardem com serenidade" e disse acreditar que a corporação será capaz de dar resposta como nos outros anos nesta fase complicada da época de fogos.

Porto Canal

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