Comemorações do dia da cidade incluiram um desfile de estandartes de grandes dimensões, de Trás-os-Montes e da provínica espanhola de Leão.
Miranda do Douro, no distrito de Bragança, acolheu este sábado o primeiro desfile ibérico de pendões, “peças únicas” que, durante mais de duas horas, deram um novo colorido às principais ruas da cidade.
O desfile, a que assistiram centenas de pessoas, inserido nas comemorações do dia da cidade, que este ano assinala 470 anos sobre a sua criação, incluiu mais de 60 peças oriundas de toda a região transmontana e da província espanhola de Leão.
Os pendões são estandartes ou bandeiras de grandes dimensões, usados em cerimónias civis, religiosas e militares. No passado, eram ostentados em praticamente todo o reino de Leão, do qual esta região fez parte. De cores onde predominam o vermelho carmesim (a cor do reino de Leão) e ainda o verde, o branco, azul, amarelo e creme, chegam a atingir 13 metros de altura.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Miranda do Douro, Artur Nunes, disse que esta celebração é uma forma de união dos povos para o futuro e que não foi tarefa fácil reunir tantos pendões com história e tradição. Estas peças têm mastros com mais de 13 metros de altura, sendo precisa muita força de braços e cuidados com as mudanças de vento para serem transportados.
“É preciso ter força física nos braços. O equilíbrio que temos que fazer mediante a orientação do vento é outro aspecto a ter em conta para se manter o pendão aberto”, explicou João Luís, o “pendoneiro” da freguesia de Aldeia Nova (Miranda do Douro).
Segundo o investigador da Associação de Língua e Cultura Mirandesa Alcides Meirinhos, os pendões existentes nos povoados de todo o território do antigo Reino de Leão, em que Miranda se integrava no passado, tiveram a sua origem nos pendões militares medievais que guiaram a reconquista cristã da Península Ibérica. “Conseguimos reunir um património que estava esquecido nas arcas e, ao mesmo tempo, demos a conhecer aquilo que, provavelmente, está na origem do estandarte nacional. Esta iniciativa é pioneira em território português”, destacou.
O Exército teve como representante um oficial do Estado-Maior no desfile, já que os pendões têm muita importância na história militar do país. O tenente-general José Calaça frisou que o Exército é o fiel depositário de uma tradição que deu origem ao estandarte nacional e que, muito provavelmente, tem origem no antigo Reino de Leão. “E é na tradição destes pendões medievais que vamos buscar toda a nossa tradição. Por isso o Exercito é o guardião desta tradição”, explicou o oficial general.
Ao perderem a sua função bélica, foram recuperados pela Igreja e integrados nos rituais religiosos, assim chegando aos nossos dias. Os pendões ainda são usados em algumas aldeias e actos religiosos do concelho de Miranda do Douro, como a romaria do São das Arribas em Aldeia Nova. Para o investigador Alcides Meirinhos, os pendões são o símbolo mais antigo das Terras de Miranda, a par do seu próprio idioma, o mirandês. “Os pendões acompanham a história da região muito antes dos tempos da reconquista”, frisou.
Agência Lusa
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