Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 12 de março de 2016

Com a ajuda da Noruega, Portugal recupera herança judaica

Rotas de Sefarad vai custar cinco milhões de euros e poderá atrair 300 mil turistas.

Foto: Paulo Pimenta
O projecto Rotas de Sefarad de valorização da identidade judaica portuguesa – no valor de cinco milhões de euros, a maior parte dos quais garantidos pela Noruega – poderá atrair 300 mil novos visitantes por ano, entre o mercado ibérico, a diáspora judaica no mundo e outros interessados, e gerar uma receita de 60 milhões de euros anuais.

Estes são os valores estimados do potencial económico de um projecto que, como sublinham os seus promotores, é em primeiro lugar cultural.

“Há 14 milhões de judeus no mundo, 20 por cento dos quais são de origem sefardita [judeus da Península Ibérica]”, lembrou, em declarações ao PÚBLICO, Jorge Patrão, secretário-geral da Rede de Judiarias de Portugal, no final da cerimónia, na Biblioteca do Palácio da Ajuda, em Lisboa, em que foi anunciado o projecto. “A Espanha está a apostar muito nas ligações aéreas com Israel, que nós não temos. Estes mercados têm que ser tratados como emergentes e estratégicos. Mas isto não é um projecto turístico, é um projecto cultural. O principal para nós é recuperar esta vertente da história de Portugal que está esquecida”. 

O projecto nasceu há cerca de dois anos, e, segundo contou Patrão, foi apresentado inicialmente ao então secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas, que sugeriu a candidatura ao EEA Grants, um programa da Noruega, Islândia e Liechtenstein (no qual a Noruega contribui com 97% do fundos). “Encaixa muito bem naquilo que queremos apoiar, que são projectos ligados ao património mas que permitam também desenvolver o turismo e que esperamos que contribuam para a economia”, afirmou o embaixador norueguês, Ove Thorsheim, também presente na cerimónia. 

A Noruega contribui com quatro milhões de euros, enquanto o Estado português participa com cerca de 700 mil euros – um total de perto de cinco milhões que permitirá restaurar ou valorizar símbolos da presença judaica em Portugal. Estão previstos, entre outros, a revitalização da sinagoga de Tomar, a criação de um Memorial da Vida de Aristides Sousa Mendes, em Vilar Formoso, a recuperação das sinagogas de Almeida e de Vilar Maior (uma antiga sinagoga medieval recentemente descoberta), criar o Centro de Interpretação da Cultura Sefardita do Nordeste Transmontano, em Bragança (com projecto do arquitecto Eduardo Souto de Moura), ou a recriação da Casa da Inquisição em Reguengos de Monsaraz. A criação da rota envolve nove municípios e seis entidades regionais de turismo, para além da Comunidade Judaica de Belmonte. 

O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, declarou ao PÚBLICO que a iniciativa vai traduzir-se num aumento “significativo” dos visitantes, atraídos pela história, mas escusou-se a avançar números. “O turismo é um resultado. Não há um turismo qualificado sem haver antes um trabalho de projecto cultural. O que nos distingue de outros países é a densidade do nosso património nas mais diversas vertentes e o que estamos a fazer aqui hoje é a investir numa dessas vertentes. Brevemente anunciaremos investimentos num conjunto de catedrais, o património cristão. Será interessante também trabalhar o património islâmico.”

Durante a cerimónia tinha deixado um recado aos responsáveis autárquicos envolvidos: “Não podemos pensar que vamos usar este dinheiro para ganhar mais uma eleição, arranjar uma parede ou fazer um site”. Este é um projecto no qual “não há hipótese de falhar [porque] nenhum de nós tem hoje tempo, disponibilidade ou dinheiro para poder falhar.”

Jornal Público

Sem comentários:

Enviar um comentário