O uso de animais em trabalhos agrícolas e florestais está a despertar cada vez mais interesse.
Pelo segundo ano, a Associação Portuguesa de Tracção Animal (APTRAN) organizou um curso avançado de Gestão Agro-Florestal com tracção animal, e as inscrições esgotaram.
João Rodrigues, o presidente da associação considera que esta formação, pouco comum em Portugal, é bastante valorizada e a gestão com recurso a animais cada vez mais procurada.
“Há cada vez mais pessoas a utilizar este recurso. A APTRAN organiza muitas actividades ao longo do ano, este curso foi aprovado pelo conselho científico do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) tem créditos ECTS, e tem tido muita procura porque cada vez mais há gente a preocupar-se com a redução do impacto da actividade agrícola e florestal. Pelo segundo ano esgotamos as inscrições do curso”, afirma.
O curso pretende dar a conhecer as potencialidades do uso de equídeos de tracção num contexto moderno, mostrando as vantagens que pode oferecer, nomeadamente, no uso em terrenos como hortas, vinhas ou na gestão florestal.
João Rodrigues entende que o uso de animais pode ter vantagens na criação de modelos de desenvolvimento sustentável, por ser um método alternativo mas também complementar. “A utilização de animais é vista como uma alternativa, mas também como complementaridade”, frisa.
Os participantes viajaram até Bragança de várias partes do país. A maioria tem já animais e pretende utilizá-los para ajudar no cultivo. Miguel Lemos, de Barcelos, é produtor de leite de vaca e, perante a crise do sector, pondera “fazer uma conversão na sua exploração para produção biológica usando tracção animal”.
Apesar da mecanização agrícola, o uso da tracção animal ainda encontra entusiastas e ganha novos adeptos por todo o país.
Escrito por Brigantia
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