A carreira aérea entre Bragança e Portimão não está a ter a rentabilidade desejada. A constatação é do Secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, que revela que está a ser estudada uma solução para garantir, por exemplo, que os passageiros que vêm da zona da Grande Lisboa para Bragança possam regressar no mesmo dia, o que não é possível atualmente e pode contribuir para que não haja mais utilizadores deste serviço.
“Todos nós percebemos que esta carreira aérea pode ser agradável para quem vem de Bragança a Lisboa. Parte por volta das 9h da manhã, e parte depois às 17h, o que lhe permite ter aqui algumas horas para estar em Lisboa.
Já o inverso não é verdade. Quem vier de Lisboa a Bragança não consegue regressar no mesmo dia. Tem de passar pelo menos 2 noites em Bragança. É evidente que essa não é uma boa prática para cativarmos a gente que visite o distrito de Bragança, Vila Real e Viseu.
É bom que quem é de Lisboa também tenha à sua disposição um meio de transporte que lhe possa ser útil.”
Jorge Gomes espera reunir na próxima semana com a companhia responsável pela carreira aérea, a Aerovip, sobre este assunto mas também para que esta entidade possa integrar a discussão que perdura há meses sobre quem deve pagar a factura da segurança nos aeródromos.
O secretário de Estado lembra que a lei determina que os proprietários dos aeródromos, neste caso os Municípios, são responsáveis pela segurança. No entanto, alguns autarcas, incluindo o de Bragança, consideram que este encargo deveria ser assegurado pelo estado.
Jorge Gomes admite, no entanto, que um dos objectivos desta linha é combater a interioridade e garante que esse aspecto vai ser tido em conta.
“Esta linha aérea foi criada com base no combate à interioridade, e como uma forma de aproximação aos grandes centros, de uma forma segura e rápida, e por isso é que é, em grande parte, suportada pelo poder central.
Tive uma reunião com o senhor secretário de estado das Infraestruturas. Estamos a trabalhar o assunto, para ver como se pode fazer o pagamento à Guarda Nacional Republicana, sem sobrecarregar as autarquias.
É dentro dessa perceptiva que depois vamos falar com os autarcas, para encontrar uma solução saudável para todas as partes.”
Na semana passada o Secretário de Estado da Administração Interna reuniu com o Secretário de Estado das Infraestruturas sobre este assunto mas ainda nada está definido.
No caso de Bragança, a presença da GNR no aeródromo para garantir a segurança dos voos representa um custo de cerca de 108 mil euros por ano.
Informação CIR (Rádio Brigantia)
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