Aqui e mais ao lado, na Lupulex, na JAE ou nas obras, era o nosso destino nas "férias escolares". Os mais aventureiros optavam pelas vindimas em França com os riscos associados ao ter que irem à boleia... jovens com trabalho árduo e a desoras íamos ganhando, nas férias escolares, algum dinheiro para comprar aquelas calças de ganga que queríamos muito, aquelas botas de camurça que já custavam 200 escudos... e ainda sobrava para irmos ao cinema ver as comédias italianas ou o Terence Hill e o Bud Spencer.
Os nossos Pais não tinham dinheiro. Que frase tão filosófica. OS NOSSOS PAIS NÃO TINHAM DINHEIRO... bem gerido, ia chegando para as "coisas" mais básicas, para o dia a dia. A palavra "desperdício" a palavra "férias" ou a palavra "luxo" não existiam nos dicionários adotados pela maioria das famílias.
Eu e o Paulo ficámos a dormir no "exorcista", que tanto queríamos ver... no final do filme ainda nos disseram que a ambulância tinha ido ao cinema buscar uma nossa vizinha que tinha desmaiado com o susto.
Não tenho saudades do cheiro entranhado em todo o corpo. Podíamos tomar mil banhos e usar cem perfumes que o cheiro (para nós) permanecia... era um cheiro intenso o do pó do lúpulo seco...
O cheiro mantinha-se porque estava nos pulmões...os lenços traziam a marca...nas assoadelas...
Há quantos anos que nesta caixa de correio não entra uma carta? Ou talvez entre não sei.
O destino será apodrecer? O abandono das instalações parece-me evidente.
Será inevitável?
Tal como o espaço "Mariano" na Av. João da Cruz ou a Cooperativa da Batata para os lados da Coxa?
Não sei. Não tenho conhecimento.
Não andar a abanar bandeirinhas tem os seus custos. O desconhecimento dos dossiers, mas NÃO implica a ignorância..
E... muito menos me impede de fazer perguntas...!
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